• Carina Brito
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Trabalhando como concierge, Isis Grossi se definia como "páginas amarelas" — a famosa lista telefônica com empresas e serviços em que as pessoas sempre buscavam informações. Em 2019, já casada havia cinco anos, ela estava pensando em engravidar e tinha diversas amigas grávidas. “Elas começaram a me perguntar se eu conhecia um pediatra, onde seria possível fazer enxoval mais barato e até onde vendia laços para colocar no cabelo dos bebês”, diz Grossi.

Sócias do Baby Concierge: Helena Cossich, Isis Grossi e Leticia Dias (Foto: Divulgação)

Sócias do Baby Concierge: Helena Cossich, Isis Grossi e Leticia Dias (Foto: Divulgação)

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Com a amiga jornalista Letícia Dias, no final daquele ano, ela teve a ideia de começar um negócio de consultoria para ajudar famílias a encontrar profissionais de saúde materno-infantil. O o empreendimento pivotou e atualmente funciona como um clube de assinatura, em que os clientes pagam um valor mensal para ter descontos e acesso a serviços exclusivos. Já são cerca de 180 marcas e 80 profissionais de mais de 40 especialidades diferentes cadastradas na plataforma.

A empresa também oferece cursos e conteúdos exclusivos produzidos pelos profissionais cadastrados na plataforma. A médica Helena Cossich, que já era parceira do negócio, entrou como sócia em março de 2021 para ajudar também a selecionar especialistas. 

A ideia inicial era encontrar profissionais de saúde materno-infantil, primeiramente no Rio de Janeiro e em São Paulo, e fazer parcerias para indicações. Com isso, a empresa receberia um valor fixo dos clientes e uma porcentagem do atendimento dos parceiros. “O cliente chegaria até a empresa e nós o direcionaríamos para os profissionais, como médicos e arquitetos, e lojas”, explica Grossi. Neste primeiro momento, o atendimento seria presencial e focado no público da classe A. No entanto, a empresa teve apenas uma cliente. E, quando a pandemia foi decretada, impediu os encontros presenciais.

Foi então que se tornou fundamental digitalizar o negócio, e as empreendedoras tiveram a ideia de acrescentar marcas de produtos infantis (como papinhas para introdução alimentar) no portfólio, em que também cobrariam uma porcentagem pelas vendas direcionadas pelo site do Baby Concierge. Quando essas empresas entraram como parceiras oferecendo cupons de desconto para os clientes, surgiu o conceito do clube de assinatura. Desta maneira, ao invés de receber um valor conforme as vendas aconteciam, elas poderiam ter uma receita recorrente das assinaturas, e o cliente teria acesso a todos os cupons de desconto.

“Percebemos que o número de marcas poderia ser muito maior, e começamos a desbravar outros nichos do universo infantil, como mobiliário, vestuário, brinquedos, higiene etc.”, afirma Dias, reconhecendo que foi um processo desafiador conquistar as marcas parceiras.

“Fizemos uma curadoria e fomos atrás de empresas que eram referência no setor. Mostramos o nosso propósito de auxiliar as famílias”, diz a empreendedora, que oferecia como contrapartida a chance de estar em uma plataforma que as conectaria diretamente com o público materno-infantil. “Era uma vitrine gratuita. Só pedíamos que oferecessem um benefício aos assinantes”, explica Dias. O clube de assinatura foi lançado em outubro de 2020.

“Mudamos nosso negócio, mas o propósito continua o mesmo: ajudar famílias que estavam precisando de auxílio em um momento delicado”, afirma Dias. Hoje, o Baby Concierge também tem conteúdo, produzido pelos parceiros. Para conseguir os clientes, a empresa buscou fazer publicidade via influenciadoras digitais de maternidade. Com foco também nas classes B e C, o valor mensal da assinatura é de R$ 19,90. O faturamento da empresa foi R$ 20 mil em 2021, mas a meta para este ano é ambiciosa: R$ 500 mil. A empresa também deve estrear um marketplace em junho.

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