Cartilha Niara 2024 - Parte 1

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UM ANO DE

2024 Todas as tiras de E LUTA FISCALIZAÇÃO

POR JUSTIÇA

FISCAL

Campanha Tributar os Super-ricos

É um movimento nacional para promover justiça fiscal, propondo um sistema tributário progressivo, onde quem tem mais paga mais e quem tem menos paga menos.

A iniciativa busca difundir o tema para todo o país e mostrar os benefícios de tributar de forma equânime de acordo com a renda e a riqueza.

As medidas estimam arrecadar cerca de R$ 300 bilhões ao ano tributando apenas 0,3% mais ricos da população – cerca de 600 mil pessoas entre 215 milhões de brasileiros.

A campanha iniciou em abril de 2020 com a redação de propostas. A seguir recebeu o apoio de mais de 70 organizações nacionais. Durante a pandemia foram realizadas muitas lives para tratar do assunto. Projetos de lei foram apresentados no Congresso Nacional. Hoje este tema está na “boca do povo” e, inclusive do presidente da República, que levou o debate para o G20 em 2024.

Niara, a mascote da campanha Tributar os Super-ricos

O nome Niara tem origem africana e no idioma suaíli, falado no leste da África, significa “aquela que tem grandes propósitos”. Por isso, a nossa personagem foi batizada como Niara, pois ela busca a igualdade social.

Criada pelo cartunista Renato Aroeira a convite da campanha Tributar os Su per-Ricos, a pré-adolescente negra mos tra as injustiças de forma simples, ao estilo de personagens em quadrinhos como Rango, Armandinho e Mafalda (Argentina).

As tirinhas abordam assuntos da vida nacio nal e as relações com a necessária mudança da estrutura tributária, medida fundamental para promover justiça fiscal, num país que está entre os nove mais desiguais do planeta. O 1% mais rico detém quase 50% da riqueza nacional.

Niara teve a primeira história publicada em dezembro de 2020 e desde então as tirinhas são publicadas todas as sextas-feiras nas redes sociais da campanha e das entidades apoiadoras. Esta é a quarta edição da nossa cartilha que reúne todas as tirinhas de 2024.

O atual Conselho Editorial que pauta os conteúdos semanais é formado por Clair Hickmann, Carlos Eduardo Mantovani, Paulo Gil Introíni, Dão Real Pereira dos Santos e as jornalistas Katia Marko e Stela Pastore.

Todos os quadrinhos são de livre uso e estão acessíveis na íntegra no link https://ijf.org.br/niara/

Principais propostas da campanha

• Correção das distorções do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF): elevação do limite de isenção para baixas rendas e revogação da isenção dos lucros e dividendos distribuídos; nova tabela com alíquotas progressivas para os rendimentos muito elevados.

• Imposto Sobre Grandes Fortunas (IGF) para riquezas das pessoas físicas que ultrapassarem a R$ 10 milhões, com alíquotas progressivas de 0,5%, 1% e 1,5% (arrecadação estimada de R$ 40 bilhões).

• Elevação da alíquota da Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) do setor financeiro e do setor extrativo mineral (arrecadação estimada de R$ 31 bilhões).

• Retirada do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica e da Contribuição Sobre Lucro Líquido da composição dos tributos sobre empresas com receitas anuais inferiores a R$ 360 mil. A medida reduz as alíquotas em até 60% e beneficia quase 900 mil microempresas, a maioria optante pelo Simples.

• Instituição de Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE-Agrotóxicos), incidindo na produção e importação de agrotóxicos e para investir em saúde e promoção de políticas de recuperação ambiental e fomento à agroecologia.

• Criação da Contribuição sobre Altas Rendas das Pessoas Físicas (CSAR) incidindo sobre rendas anuais que ultrapassarem a R$ 720 mil, abrangendo apenas 60 mil contribuintes (arrecadação estimada em R$ 35 bilhões).

• Novas regras de repartição de receitas da União com Estados e Municípios, acrescendo aproximadamente R$ 83 bilhões para os Estados e R$ 54 bilhões para os Municípios.

A reforma tributária do consumo é só a primeira parte

Os tributos sobre o consumo foram objeto da primeira fase da Reforma Tributária sancionada pelo presidente Lula em janeiro. A Proposta de Emenda à Constituição nº 45/2019 foi promulgada pelo Congresso Nacional em dezembro de 2023 e o Projeto de Lei Complementar (PLP) 68/2024 foi aprovado em dezembro de 2024 e se transformou na Lei Complementar (LC) 214/2025.

Falta ainda tramitar no Senado um segundo projeto regulamentador, o PLP 108/2024 que deve ocorrer esse ano para que a transição da reforma possa se iniciar em 2026 com previsão de ser concluída em 2033 em suas diferentes fases. Essa transição de oito anos prevê que a carga tributária total sobre o consumo permaneça constante, mantendo os patamares atuais sobre o Produto Interno Bruto.

O que se convencionou chamar de “Reforma Tributária” é só a primeira etapa e se refere apenas ao consumo e beneficiou o empresariado. É complexa e vasta. Foi largamente comemorada nos meios empresariais, especialmente pelos agroexportadores, os maiores beneficiários das modificações, mas está longe de levar a estrutura tributária do país a níveis civilizatórios. Não modifica a desigualdade da estrutura tributária que a reforma na tributação da renda e do patrimônio pode fazer.

A mudança aprovada substitui cinco tributos por apenas dois: a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), de alçada da União (substitui Pis, Cofins e IPI) e o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) que substitui ICMS e ISS, a ser gerido por estados, Distrito Federal e municípios. Ambos serão cobrados no destino, ou seja, no local onde o bem é comprado ou o serviço é prestado. O modelo da CBS e do IBS provem do Imposto sobre Valor Agregado (IVA), adotado pela maioria dos países.

Cria também um Imposto Seletivo (IS) sobre produtos com impactos negativos na saúde ou no meio ambiente, mas retira a possibili-

dade de tributar mais intensamente itens de luxo ou supérfluos.

Nos aspectos sociais determina imposto zero para os itens da cesta básica e devolve recursos (cash back) para cerca de 30 milhões de famílias de renda baixa. Houve avanços, mas foram muitas as concessões num cenário adverso no Parlamento com grande maioria em defesa da manutenção de privilégios.

Houve muito lobby para incluir produtos na cesta básica com alíquota zero, desonerar a mineração e exportações ou retirada da incidência do Imposto Seletivo de produtos como armas e munições. Grandes setores econômicos pressionaram congressistas e o resultado é uma alíquota-padrão muito alta sobre produtos e serviços em geral chegando a quase 28%.

Agora vem a segunda etapa da reforma da renda essencial para o país superar o ranking de um dos países com maior concentração de renda do mundo!

Reforma Tributária da Renda: a grande prioridade para 2025

A estrutura tributária brasileira é uma das principais causas das desigualdades no país. E o imposto sobre a renda da pessoa física é o tributo que mais permite que se faça justiça fiscal e social. O que se aprovou no Brasil recentemente foi apenas a reforma tributária do consumo que beneficia o empresariado, mas não muda a estrutura geradora das desigualdades.

Melhorar a progressividade, desonerar quem ganha até R$ 5 mil mensais, compensando com a indevida isenção de lucros e dividendos e revogando o esdrúxulo benefício dos juros sobre capital próprio (JCP), criar mais faixas de incidência, aumentando a distância entre a faixa de isenção e as mais altas e incluir alíquotas acima dos 27,5% para rendimentos altos são medidas urgentes para serem aprovadas neste ano.

A tributação sobre a renda é muito menor no Brasil que a da média dos países desenvolvidos, além de ser mais regressiva e, por isto, a tributação sobre o consumo de bens e serviços é muito alta.Os impostos federais sobre a renda de pessoas físicas arrecadam cerca de 2% a 3% do PIB no Brasil, enquanto é de 9% do PIB nos países da OCDE.

Enquanto as menores rendas pagam altas alíquotas, altas rendas são isentas, subtributadas, gerando concentração de renda e patrimônio. A faixa de isenção é muito baixa (hoje em R$ 2.824/mês).

Rendas acima de R$ 4.665 mensais já estão na faixa de maior tributação (27,5%) no Imposto de Renda da Pessoa Física.

Algumas rendas permanecem isentas há três décadas como lucros e dividendos recebidos pelos sócios de empresas, o que corresponde à maior parcela dos rendimentos dos mais ricos, e pagam um percentual final de IRPF menor que o dos trabalhadores: a alíquota efetiva de IR para o 1% mais rico no Brasil é de 4,2% e para o 0,01% mais rico, de 1,75%. Além disso, os sócios e acionistas das empresas muito capitalizadas contam com o benefício dos juros sobre o capital próprio, ainda mais vantajoso porque também reduzem a tributação sobre os lucros da pessoa jurídica.

Propostas do governo federal

Na agenda econômica do governo Lula, anunciada em 20 de janeiro para 2025/2026, consta a criação de um imposto mínimo para os mais ricos e a isenção do Imposto de Renda para quem ganha acima de R$ 5 mil, com impacto anual positivo de R$ 35 bilhões. A compensação se daria pela ampliação da contribuição para cerca de 100 mil pessoas que ganham acima de R$ 50 mil mensais, R$ 600 mil por ano, que pagariam um mínimo, sem impacto fiscal. Apesar de modesta, a iniciativa representa um começo no caminho da justiça tributária.

A incidência de tributos deve se concentrar em uma tributação direta, pessoal e progressiva sobre as rendas dos indivíduos, como prevê a Constituição Federal: “sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte”.

A reforma da renda da pessoa física é essencial para a justiça fiscal e social e merece todo o apoio da sociedade. Além de beneficiar os de menor renda, a projeção é de melhora na economia. Com a reforma tributária isentando a cesta básica e a reforma da renda isentando de IR salários menores tendem a melhorar as condições

Quem são os super-ricos?

São poucas pessoas com muita renda e patrimônio isentos ou subtributados. A renda do capital e as heranças têm baixa tributação, enquanto os mais pobres pagam proporcionalmente muito mais impostos. Esta injustiça fiscal e social histórica somente será corrigida com a tributação sobre a renda e as fortunas dos mais ricos.

A cada dia este seleto grupo cria novas estratégias para aumentar suas fortunas sem contribuir com sua parcela com a sociedade com a qual enriquecem.

Saiba quem são as cinco pessoas mais ricos do Brasil

Em 2024, o Brasil tinha 69 bilionários, um aumento de 13% em relação a 2023. O país é o sétimo com mais bilionários no mundo pelo ranking da revista Forbes.

1. Eduardo Saverin - US$ 28,3 bilhões

O homem mais rico do Brasil por conta da participação na Meta Platforms. Reconhecido como um dos cinco fundadores do Facebook, ao lado de Mark Zuckerberg, Dustin Moskovitz, Chris Hughes e Andrew McCollum.

2. Vicky Safra e família — US$ 20,6 bilhões

A fortuna dela e de seus quatro filhos foi herdada do marido banqueiro em dezembro de 2020, Joseph Safra.

3. Jorge Paulo Lemann - US$ 16,1 bilhões

Economista e empresário suíço-brasileiro. Sua fortuna tem raízes no Banco Garantia, instituição financeira da qual foi um dos fundadores. Originário do mundo dos investimentos bancários, é um dos principais acionistas da gigante cervejeira Anheuser-Busch InBev. Tem participações significativas na Burger King e Tim Hortons.

4. Marcel Herrmann Telles - US$ 10,7 bilhões

Economista, sua trajetória iniciou em 1972, quando ingressou na corretora Banco Garantia, onde conhece os futuros sócios, Jorge Paulo Lemann e Carlos Alberto Sicupira. Adquiriu a cervejaria Brahma em 1989, que posteriormente se fundiu com a Antártica, formando a Ambev. Em 2004, a Ambev se uniu à Interbrew, resultando na criação da InBev, a maior cervejaria do mundo.

5. Carlos Alberto Sicupira - US$ 8,6 bilhões

Empresário e sócio da Anheuser-Busch Inbev, a maior cervejaria do mundo, detendo cerca de 25% do mercado global. Conhecido por seu envolvimento com projetos de ‘melhoria’ da gestão pública e ONGs por meio da Fundação Brava. Ele também é um dos líderes da Fundação Estudar, que tem como foco o desenvolvimento de lideranças.

Bilionários lucram

R$ 34 bilhões por dia

As fortunas dispararam a níveis jamais vistos durante 2024: o número de bilionários no mundo subiu de 2.565 para 2.769. Essa ínfima minoria da população ficou R$ 34 bilhões mais rica a cada dia (5,7 bilhões de dólares). Cada um dos dez mais ricos do mundo, ficou em média, cerca de R$ 600 milhões mais rico por dia (100 milhões de dólares). Mesmo que essas dez pessoas perdessem 99% de sua riqueza, ainda permaneceriam bilionárias.

O patrimônio combinado passou de 13 trilhões de dólares para 15 trilhões de dólares (R$ 78 trilhões para R$ 90 trilhões), crescimento três vezes mais rápido do que o registrado no ano anterior, criando uma nova oligarquia aristocrática que tem imenso poder na política e economia.

Esses dados foram divulgados pela Oxfam no documento “As custas de quem: A origem da riqueza e a construção da injustiça no colonialismo”, em 20 de janeiro de 2025, mesmo dia da abertura do Fórum Econômico de Davos, na Suíça. A Oxfam monitora a desigualdade social e recomenda que os governos taxem os mais ricos, acabem com os paraísos fiscais e com o fluxo de riqueza do Sul para o Norte.

“Essa crescente concentração de riqueza gera monopólio de poder, com os bilionários exercendo cada vez mais influência”, declarou a organização destacando que a origem da maioria da riqueza vem de herança, monopólio ou conexões com poderosos. “Os governos precisam se comprometer a garantir que as rendas dos 10% mais ricos não sejam mais altas do que as dos 40% mais pobres.”

| dezembro

Ano bom a gente faz junto!

A pausa, o silêncio, o ócio, as férias, a parada… descansar é necessário e saudável! Isso é bom e todo mundo merece!

Emprego recorde, PIB em alta, produção industrial cresce, desmatamento cai na Amazônia, 24 milhões deixaram de passar fome… notícias que a gente celebra na travessia para um novo ano …

A gente descansa e se renova pra fazer muita coisa juntos com mais justiça e humanidade!

Feliz 2025!!!

Natal sem fome é o melhor presente

Oi gente!

Meu pedido especial para o Papai Noel é comida boa pra todo mundo! O sonho é que todos os países saiam do mapa da fome! E juntos a gente pode fazer! Porque comida tem, o que falta é distribuir bem!

Para isso, tem que tributar os super-ricos no Brasil e no mundo para reduzir a concentração de renda e riqueza!!!

O Presidente Lula lançou a Aliança Global contra a Fome no G20 pra mobilizar as maiores economias do mundo no combate à miséria e até 2030 reduzir desigualdades e ter segurança alimentar.

Os caminhos a gente têm! Tem é que querer, exigir dos governos, formar a tal força política que vêm da gente mesmo! Eu quero e esse é o melhor presente!

| dezembro

O povo sabe quem tem que pagar imposto

Oi gente!

O povo quer tributar super-ricos e isentar de imposto quem ganha pouco.

Vox populi, Vox dei! Nem vamos gastar o latim! No bom português, a voz do povo é a voz de Deus!

E a pesquisa Quaest mostrou que o povo gostou demais da isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil!!

A medida prometida na campanha por Lula é aprovada por mais de 75% da população!

E outra pesquisa da Oxfam mostrou que 85% dos brasileiros quer tributar os super-ricos isentos ou subtributados para acabar com privilégios!

Quem quer ser feliz gosta de igualdade e justiça!

E tributar quem enriqueceu sem pagar imposto à custa dos mais pobres é uma forma de fazer muita gente feliz!

Bora colocar o rico no imposto de renda e o pobre no orçamento e tirar o Brasil do ranking de um dos países mais desiguais do mundo!

| dezembro

Rede Globo - O plim plim da isenção do bolsa empresário

O grupo Globo lidera as isenções fiscais no setor! Só de janeiro a agosto deste ano deixou de pagar R$ 173 milhões de desoneração de INSS.

Equivale a 35,74% de todas as isenções fiscais dessa natureza de mídia neste ano entre 766 empresas beneficiadas. É o plim-plim da isenção do Bolsa Empresário!!

Na sequência vem Record (R$ 39,7 milhões), Folha-UOL (R$ 39,3 milhões), SBT (R$ 19 milhões), Grupo Estado (R$ 16 milhões) e Grupo RBS (R$ 11 milhões).

Nesses oito meses o setor deixou de pagar quase R$ 500 milhões ao INSS, isenção que começou em 2011 e vai terminar gradualmente até 2027.

Não é de hoje! Imagina o valor que deixa de compor o orçamento do povo brasileiro para ficar no Bolsa Empresário!

E os super-ricos ainda querem cortes no Benefício de Proteção Continuada (BPC), no Bolsa Família e em áreas sociais que socorrem os mais pobres!!

E o Congresso Nacional na chantagem para proteger o andar de cima!!

É a primeira vez na história que o governo divulga a lista de todas as empresas que recebem benefícios fiscais. São mais de 55 mil em diferentes setores. Nessa transparência a gente vê que a sociedade paga imposto e alguns setores se locupletam. A transparência só faz bem!

Quem deve ser beneficiado é o povo com justiça tributária e social!

| novembro

O governo anunciou um pacotão para buscar equilíbrio fiscal!

Tem coisa boa, como taxar altas rendas até agora isentas, e isentar de pagar IR de quem ganha até R$ 5 mil aliviando 36 milhões que ganham menos!

Acerta ao cortar gorduras em privilégios intocados, mas é tímido em cobrar do andar de cima e atingir políticas de reajuste do salário mínimo, abono salarial e políticas públicas de proteção.

O “mercado” se apropria de R$ 1,7 trilhão de recursos públicos todo ano via Bolsa Empresário (renúncias), pagamento de juros e sonegação. Ainda acha pouco e chantageia com câmbio e outros artifícios para forçar cortes nas políticas sociais.

O governo acerta ao limitar supersalários de servidores dos três poderes ao teto de R$ 44 mil ao mês!

Ao aumentar a idade de aposentadoria nas forças armadas de 50 para 55 anos e acabar com repasse de salários a familiares de militares expulsos ou falecidos. Ao taxar altas rendas isentas.

Mas erra ao cobrar tão pouco de quem ganha tanto e não paga um centavo de imposto!! Tributar quem ganha acima R$ 50 mil e chegar a uma alíquota máxima de 10% pra quem ganha acima de R$ 1 milhão é legalizar o país como paraíso fiscal!

A economia vai bem, o emprego cresce, mas o país ainda é campeão em desigualdade com super-ricos querendo ainda mais e tendo um Congresso para chamar de seu!

22 | novembro

Setores que cobram redução de gastos deixam de pagar R$ 546 bilhões em impostos

Pela primeira vez o governo federal divulgou a lista de quase 55 mil empresas beneficiadas por renúncias fiscais. Neste ano o valor passa de R$ 500 bilhões – três vezes o orçamento do Bolsa Família para o ano que vem previsto em R$ 167,2 bilhões.

Essa transparência faz bem ao Brasil!!!

Mostra o quanto grandes empresas são privilegiadas em detrimento de investimentos públicos!

Esse seleto grupo reúne empresas do agronegócio, do setor farmacêutico, automotivo, tecnológico, de comunicação entre outros.

Agronegócio lidera com concentrando 18,7% dos benefícios. Nenhuma surpresa, né?!

Os mesmos que vivem dizendo que o Estado não presta pra nada, mas enchem os bolsos com dinheiro público!

Por que essa divulgação nunca foi feita antes? Imagina o lobby por esse silêncio?!

Enquanto defendem o tal de ajuste fiscal e reforma administrativa que desmonta os serviços públicos e programas importantes, os grandes empresários ganham bilhões com as isenções!

O tal do equilíbrio fiscal tem de ser buscado com justiça fiscal e social sem cortar sempre na carne do povo pra atender os lucros dos super-ricos

| novembro

6X1 ou 4X3 - Viver para trabalhar

ou trabalhar para viver?

Oi gente! O suor do trabalhador e trabalhadora esquentou a pauta!!!

A proposta de mudança da jornada de trabalho da escala 6×1 (seis dias de trabalho para um de descanso) para 4×3, diminuindo de 44 para 36 horas semanais, tomou as manchetes no Brasil.

A ideia é carregar menos o piano pra poder ouvir a música!

Tendência no mundo, o debate mobilizou o país para mudar a lógica que consome o tempo de vida em jornadas extenuantes agravadas com instrumentos tecnológicos.

Este excesso laboral priva da vida social e convívio familiar, gerando esgotamento físico e mental.

Muitas pessoas já trabalham de segunda à sexta-feira, com jornadas estendidas para livrar o sábado. A proposta equivale a ter mais um dia de folga, considerando acordos de compensação.

Com assinaturas suficientes para tramitar no Congresso, o debate é mais um passo para valorizar o trabalho que gera a riqueza do país…

…e combater a especulação rentista que concentra renda e gera super-ricos que nunca trabalharam.

| novembro

Trump eleito, mundo pior

Eleito, Donald Trump representa um futuro sombrio para todo o planeta.

Deixa o mundo mais tenso e desumanizado com seus compromissos de campanha.

Expansão militar-industrial, incluindo a modernização de armas nucleares.

Reforço ao neofascismo, que emerge em todos os continentes.

O negacionismo climático assumido intensificará o aquecimento global com forte apoio aos combustíveis fósseis.

O combate aos imigrantes, reforço à supremacia branca e proibição ao aborto em todo o país são agendas anunciadas.

Como já fez no passado, cortou impostos, mas apenas para os mais ricos.

Longe da farsa do sonho americano, a eleição é um pesadelo para quem quer um mundo melhor.

E engraçado, né?!

Agora que ganhou, Trump não questionou legitimidade do pleito como fez quando perdeu!

| novembro

Tirinha número 200!! E seguimos na luta!

Oi gente!

Esta é a tirinha de número 200!!! E todas podem ser vistas e acessadas no www.ijf.org.br/niara. Uma boa caminhada com muitos apoios, debates, derrotas e avanços!

A boa luta segue e se expande mundo afora: é tema do Papa, do G20, dos Brics+ e principalmente no povo! Que tá de olho… arregalado com o que o Congresso Nacional fez esta semana…

Os deputados vetaram o Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF)!

Único tributo que consta na Constituição há 36 anos (desde 1988) e nunca foi cobrado!

A proposta que previa tributar apenas o valor acima de R$ 10 milhões foi derrubada por 262 votos contra 136!!! Os super-ricos são minoria mas têm seus representantes no Parlamento… com maioria!

Eles têm um Congresso pra chamar de seu!!! A elite econômica praticamente isenta de impostos, intocada, super-rica é super-protegida pelo parlamento.

O sistema tributário é uma ferramenta para promover justiça fiscal e social… mas com esse Congresso aprofunda a distância entre super-ricos e super-pobres! A luta continua e exige coragem!

Bora que tem muito por fazer!!!

BRICS + solidariedade e soberania

Salve gente!

A semana foi de BRICS PLUS! O grupo, que começou com cinco países, já agregou Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes, Etiópia e Irã – somando 46% da população e 36% do PIB Mundial.

Dezenas de nações querem integrar um sistema mais favorável que o atual que tira de economias emergentes para financiar nações ricas e o parasitismo rentista!

O Brasil assume a coordenação dos BRICS em 2025 numa rota mais inclusiva, sustentável, pacífica e solidária.

Por videoconferência, Lula defendeu a tributação dos super-ricos, mudanças nas Nações Unidas e instituições financeiras mundiais, mais soberania, justiça e menos guerra.

A meta do grupo reunido esta semana é posicionar países em desenvolvimento como atores na reconfiguração da atual ordem mundial, marcada pela hegemonia dolarizada dos Estados Unidos e aliados.

Constituir o Brics Pay – meio de pagamento com base em moedas locais para transações mais rápidas e de custo menor, superar o neoliberalismo exploratório, que gera aquecimento global e fomenta conflitos e desigualdade -, está no foco.

Um mecanismo internacional multicêntrico, mais democrático, solidário, capaz de gerar esperança e humanismo. Isso é PLUS!

E tem mais! Com o sucesso na condução do Banco dos Brics, Dilma Rousseff foi reconduzida para mais uma gestão desse novo Banco de Desenvolvimento.

Bora tentar fazer diferente pra semear amanhãs?

Privatizar é bom... para a “banca que nunca perde”!

Tem muita gente que ainda acredita que privatizar um serviço público baixa custos e com isso também baixam os preços.

A realidade é que cortam empregos pela metade, cortam investimentos, mas a tarifa não cai. Às vezes até sobe!

E o povo fica no escuro… nem sabe por quanto tempo!! E sem outros serviços…

Antes, o dinheiro do serviço prestado pelo Estado era reinvestido no país… Agora, o seu paradeiro está no estrangeiro!

As empresas enviam os lucros exorbitantes para suas matrizes no exterior, e isso sem pagar nada de imposto de renda!

Corte de trabalhadores elimina gente que conhecia as coisas, e o corte de investimentos também leva à piora nos serviços.

No setor elétrico privatizado há uma epidemia de prestadores de serviços eletrocutados, mortos ou sequelados.

A privatização dói na gente: no preço, na saúde, na impotência, na vida.

O futuro é público: a onda mundial de reestatizações no século 21 é gigante e milhares de cidades retomam serviços públicos…

Privatização só faz bem para os super-ricos!

Que tal um imposto mínimo para milionários no Brasil?

O Brasil estuda criar um imposto mínimo para milionários.

Seria para rendimentos acima de R$ 1 milhão por ano.

Milionários pagariam, no mínimo, 12% a 15% de imposto sobre sua renda total e pode arrecadar R$ 45 bilhões.

E finalmente alcançaria aqueles que recebem lucros e dividendos, totalmente isentos desde 1996!!

Abrangeria cerca de 250 mil contribuintes no país, menos de 0,1% da população do Brasil de mais de 210 milhões de pessoas!!!

A medida, além de ser muito justa, ajuda a compensar a desoneração de IR de pessoas com renda inferior ou igual a R$ 5.000,00!

Seria um começo de justiça fiscal, para um abismo de desigualdade, já que hoje, quanto mais renda, menos se paga imposto!

Bora apoiar essa ideia!!!

Pandemia das BETs: tributar ou inibir

Brasileiros gastam cerca de R$ 20 bilhões por mês com apostas online (Banco Central). Já consomem 20% do orçamento para gastos discricionários das famílias de baixa renda (XP Investimentos).

Esse jogo patológico compromete a saúde mental, reduz o poder de compra e afeta a economia ao desviar recursos significativos do consumo no varejo. Afeta a economia, mesmo em um cenário de aumento de renda e recorde de empregos. 63% dos apostadores online tiveram parte de sua renda comprometida com apostas. Consequência: 23% deixaram de comprar roupas, 19% reduziram os gastos com supermercados e 14% diminuíram o consumo de produtos de higiene e de beleza (PwC).

A pandemia de jogatinas virtuais em BETs ou Tigrinho causa pesadas repercussões na saúde mental, dependência e ruína financeira. No silêncio dos smartfones, extrapola a tênue linha entre diversão e vício.

Estima-se cerca de 2% de jogadores patológicos na sociedade e destes 15% já tentaram suicídio, principalmente nas classes mais humildes.

Os Caps, responsáveis pela saúde mental no SUS, não estão preparados para tratar vício em jogos. É um problema de saúde pública. E quem paga por isso? A sociedade com seus impostos! E faltam pesquisas!

A regulamentação é urgente, mas deve ir muito além da arrecadação. Há muita vulnerabilidade em campo.

Os jogos de apostas são um desserviço à sociedade e esta realidade exige urgência e limites.

| setembro

O Clima mudou. A política mudará?

Cooperação internacional para reduzir impactos das mudanças climáticas, combater a fome, a desigualdade, as guerras e taxar super-ricos que destroem o planeta são propostas urgentes defendidas essa semana pelo presidente Lula na ONU e no G20.

Vai mudar alguma coisa? Se não mudar, o que é certo é que vai piorar… muito. E já está bem tarde para reduzir o aquecimento global nesse ritmo de descompromisso e recuo de países poluidores.

Mudar exige compromisso de verdade e colaboração do mundo todo.

Fogo, enchentes, profunda desigualdade, migrantes e refugiados, guerra são desafios gigantes para os quais a ONU precisa se atualizar com coragem, determinação e colaboração… de todos. É um desafio coletivo, ou não haverá futuro para sonhar.

20 | setembro

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