O Brasil é uma terra abraçada pelo mar, com culturas nativas e outras culturas que atravessaram os mares e chegaram aqui. As expressões de religiosidade se misturam entre os diversos santos e orixás adorados. Assim, o sincretismo foi utilizado como uma sofisticada estratégia de sobrevivência, utilizando transferências, recriações e adaptações de natureza cultural e religiosa em um cenário de violência e proibições. A imposição reforçada por parte da Igreja Católica e dos governantes na Colônia e no Império, controlando expressões de fé, contra os cultos de matriz africana, fez com que os escravizados começassem a associar os orixás aos santos católicos e adorá-los lado a lado, como pode ser visto em alguns terreiros de Candomblé e na Umbanda. Um Brasil de encontros, híbrido, cheio de fé.

Neste livro, Claudio Soares e Tuila Jost discorrem sobre essas misturas únicas, resgatando histórias populares e relatos baseados em narrativas orais e escritas que apresentam a diversidade no entendimento da fé e das religiões, orixás e santos, com suas crenças, encontros e desencontros. Reconhecendo a fé popular no Brasil e a resistência das expressões culturais religiosas negras diante do sistema dominante, o livro "Axé, Amor, Amém" apresenta uma mensagem necessária de paz, respeito, encontro com a espiritualidade e união.