Brasil no pódio da robótica! Equipes brasileiras ultrapassam 100 prêmios internacionais

A Agência de Notícias da Indústria conversou com quem encarou horas de viagem e diversos desafios e ainda arrasou nas competições internacionais da FLL, voltando para casa com prêmios

grupo de alunos posando para foto, segurando bandeiras
Entre os 108 prêmios internacionais, Brasil já conquistou o Champion's Award no mundial, em 2018, com a Red Rabbit

Estados Unidos, Austrália, Grécia, Uruguai, Líbano, Turquia, Hungria, Estônia, Dinamarca, Reino Unido, Espanha, África do Sul, Canadá e Alemanha. Listando assim são muitos países, né? E se a gente te contar que estudantes de todo o Brasil já visitaram esses lugares, rodaram o mundo, e voltaram para casa com prêmios? Não acredita? 

É verdade! Equipes brasileiras de robótica já conquistaram 108 prêmios internacionais nos últimos 11 anos, desde a primeira temporada em que Serviço Social da Indústria (SESI) passou a realizar as competições da FIRST LEGO League Challenge (FLL) no Brasil.  

Para celebrar esse número, que é do tamanho do orgulho pelos nossos robotiquers, a Agência de Notícias da Indústria conversou com quem encarou horas de viagem, diversos desafios e ainda arrasou nas competições. 


“Quando a gente fala sobre torneios internacionais é muito difícil não imaginar e não vislumbrar equipes brasileiras figurando em posições de destaques. A criatividade e a inovação fazem as equipes brasileiras diferentes das equipes de outros países. Além disso, é nítida a maturidade que as nossas equipes têm em torneios”, exaltou Marcos Sousa, especialista do SESI que coordena a FLL. 


 

“Robótica Linhas Aéreas” te leva para o mundo 

Na temporada 2021-22, a Cargo Connect, a Atombot, equipe do SESI São João del-Rei (MG), recebeu o prêmio de Engenharia de Excelência no FIRST Championship, em Houston, nos Estados Unidos. O mundial de robótica reúne as modalidades FIRST LEGO League Challenge (FLL), FIRST Tech Challenge (FTC) e FIRST Robotics Competition (FRC).

grupo de alunos posando para foto, segurando bandeiras
O Engineering Excellence Award (nome oficial do prêmio) celebra o trabalho de uma equipe que projetou e construiu um robô de forma eficiente, com uma solução de projeto inovadora

O Engineering Excellence Award (nome oficial do prêmio) celebra o trabalho de uma equipe que projetou e construiu um robô de forma eficiente, com uma solução de projeto inovadora, que aborda de forma efetiva o desafio da temporada e evidenciam os Core Values (a valorização do trabalho em equipe) em tudo que fizeram durante o processo de desenvolvimento.  

“Significa que a equipe não só teve um processo de desenvolvimento eficiente e um robô capaz de cumprir os desafios que se propuseram com a estratégia desenvolvida, mas também os fizeram como uma equipe coesa, que valoriza os seus membros e busca os conhecimentos e recursos de forma sistemática e preocupada com o impacto de cada decisão”, concluiu Adriano Machado, membro do Comitê de Avaliação da FIRST LEGO League Challenge. 

Trabalho em equipe é caminho para reconhecimento internacional  

O técnico da Atombot, Paulo de Tharso, reconhece a grandeza do que os alunos fizeram. Em meio a 108 equipes de 50 países diferentes, o time conseguiu se sobressair. Na ativa desde 2013, o time mineiro transborda orgulho pela sua trajetória. “A Atombot é uma equipe que vem crescendo devagarzinho, vem aprendendo, escalando degrau por degrau para poder chegar onde a gente chegou. Era um sonho e ter o sonho realizado é de uma importância muito grande”, celebrou Paulo. 

O sentimento da vitória ainda pulsa nos corações dos robotiquers. “No começo, a gente não sabia fazer nada e a foi aprendendo e colhendo os frutos de todas as pessoas que trabalharam na equipe. Se não fosse por elas, a gente também não estaria lá e isso tem que ser muito lembrado, porque não é uma conquista só nossa, é de todo mundo”, lembra Pedro Cordovil, 14 anos, integrante da equipe.  

Premiações coroam anos de trabalho das equipes 

A equipe Albatroid, do SESI Taguatinga (DF), brilhou no League Asias Pacific Open Invitational, na Austrália, na temporada 2018-2019, a Into Orbit. Eles voltaram do outro lado do mundo com os troféus de 1º lugar de Estratégia e Inovação e o 2º lugar do Desafio do Robô. 

Para o técnico da equipe, André Luiz, as conquistas serviram de bagagem para a evolução do time. “Após esse evento, a equipe se tornou mais madura com relação aos processos necessários para se ter um bom desempenho do robô, um bom desempenho de caderno de engenharia...”, apontou. 

grupo de alunos posando para foto, segurando bandeiras
Para o técnico da equipe, André Luiz, as conquistas serviram de bagagem para a evolução do time

Diretamente de Jundiaí (SP) para o mundo, a SESI Heroes foi a grande campeã do Open International de FLL, na Grécia, na temporada 2020-21, a RePlay. “A equipe se torna referência mundial! Equipes ao redor do mundo se espelham na gente, e ter essa experiência abre muitas portas para o futuro da equipe e de cada integrante”, exaltou o técnico, Rafael Capovila. 


“Tudo que construímos e desenvolvemos valeu a pena, é um reconhecimento único, e nos motiva a continuar sendo referência e inspirando equipes ao redor de todo o mundo”, disse a aluna Ana Clara Santos, de 15 anos.  


Ana começou na robótica aos 12 anos e não sabia nada sobre, nem fazia ideia do tamanho do universo robotiquer. “Eu me tornei uma pessoa melhor, aprendi a desenvolver a liderança, trabalho em equipe, metodologia científica para criação de projetos, programação, mecânica, e a fluência em inglês. Tudo isso me marcou de uma forma única”, contou. 

Brasil no mapa da robótica mundial 

Além do prêmio do Mundial, a Atombot tem, também, o troféu de Apresentação de Pesquisa  — que premia o projeto de inovação — conquistado no League Asias Pacific Open Invitational, na Austrália, que ocorreu na temporada Into Orbit.  As conquistas ajudam a dar projeção nos estados e também a possibilidade de brasileiros estudarem em universidades no exterior, acredita o técnico da equipe.  

“Mostrar que a gente tem capacidade, que temos condições de fazer é muito bacana, e lá fora eles respeitam muito a gente e admiram o trabalho do brasileiro”, analisou Paulo. 

Em 2024 tem mais! 

A marca de 108 prêmios é só o começo do que a robótica brasileira tem para conquistar no cenário mundial. Na temporada atual de FLL, a Masterpiece, já está dando o que falar e muita emoção e arte aguarda os competidores ao longo da temporada. 

Lançada oficialmente em 18 de setembro, a nova edição será artística. Isso porque as três modalidades de competição da FIRST - além da FLL, tem a tem a FIRST Tech Challenge (FTC) e a FIRST Robotics Competition (FRC) - tem como tema geral as artes. Além de mergulhar nesse universo de cores, sons e formas, os estudantes de FLL terão de apresentar soluções usando a criatividade. Mas antes, confira o que já conquistamos até agora!

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