Um homem só diante da história do mundo.
O homem se vê bicho diante de sua memória. Inventa a reconstrução da cidade devastada. Dos escombros da memória defasada e da poeira dos restos, tenta se
levantar. É o rastro da humanidade, escondida em pequenos pedaços ditos territórios, minúsculas terras sobre a imensidão do planeta. Revive sua infância
enquanto homem adulto, como um cavalo num trote, e cavalga na vastidão dos campos inventados.
Onde antes era cidade, agora ampla solidão de pedra sobre pedra. Dos prédios que arranhavam o céu e hoje lambem o chão, surgem montanhas de sombras da história dos pequenos apartamentos que foram guetos. Lugar onde toda a história se encontra, na perda do que se pode dizer que é seu. Do passado já duvidoso, o
presente quase imperceptível.
Sobre a magia de vestir-se elegantemente, todo o dia, sai de sua casa inventada, como num ritual de um cotidiano perdido. Da casa para a rua deserta. Nenhum
passante.
Todos, ao mesmo tempo, o observam. O público. O passado de um malabarista solitário, saído dos circos de carreatas, das viagens ciganas. Da música, que só há na memória. Melodias esquecidas dos instrumentos. Instrumentos que já não existem mais. Partituras perdidas no fogo . Existentes só em suas lembranças musicais.
Criação: Emerson Noise
Direção: Carol Cony Dariano
Musica:Tomas Oliveira e Cisco Vasques
Luz: Tabatta Martins
Cenário: Emerson Noise
Figurino: Florencia Santángelo e Caro Pierro
Realizado Festival do Coletivo de Criadores Circenses no Pavilhão do Teatro de Anônimo - Fundição Progresso - Lapa/RJ - 2016 …...more
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