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Santiago 2023: Além dos pódios, Brasil tem dia com recorde mundial e vaga em Paris

Beth Gomes, atleta do lançamento de disco, quebrou o recorde mundial | Foto: Douglas Magno / CPB

No quarto dia de disputas nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago 2023, a delegação brasileira conseguiu além de muitos pódios – 28, no total – alguns feitos expressivos: o paulista Alexandre Galgani, do tiro esportivo, garantiu vaga nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024; a também paulista Beth Gomes estabeleceu o novo recorde mundial no lançamento de disco da classe F53; e a pernambucana Carol Santiago chegou a 30 medalhas em competições internacionais.

Depois dos resultados desta terça-feira, 21, com 12 ouros, sete pratas e nove bronzes para o Brasil, o top-3 do quadro de medalhas segue inalterado, com os brasileiros com grande vantagem na liderança – 155 medalhas (67 ouros, 45 pratas e 43 bronzes) –, seguidos pelos norte-americanos, que somam 61 medalhas no total (20 ouros, 17 pratas e 24 bronzes), e pela Colômbia, que chegou a 63 medalhas (17 de ouro, 24 de prata e 22 de bronze), perdendo no critério de desempate, que é o número de ouros.

O Parapan de Santiago começou oficialmente nesta sexta-feira, 17, na cerimônia de abertura. Com exceção ao tênis de mesa, que tem jogos desde quinta-feira, 16, as disputas foram iniciadas neste sábado, 18.

Para esta edição, a delegação brasileira conta com 324 atletas, 190 homens e 134 mulheres, oriundos de 23 estados e do DF, em 17 modalidades. Desses competidores,  51 têm até 23 anos, 108 são cadeirantes, 132 são estreantes no evento continental, 72 treinam nos Centros de Referência do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e 11 disputaram o Parapan de Jovens, em Bogotá, Colômbia, no último mês de junho.

O paulista Alexandre Galgani conquistou a medalha de ouro na prova R4 – misto 10m carabina de ar em pé SH2, nesta terça-feira, 21, e garantiu a vaga nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024. Com a marca de 252.3, o atleta também bateu o recorde Parapan-Americano que anteriormente pertencia ao americano Mckenna Geer, 251.2.

“A medalha teve  sabor de uma realização feita, de missão cumprida. Foi sensacional, não tem nem como descrever. Agora, é concentração para Paris, foco total para que eu consiga repetir tudo que eu fiz aqui, ou até melhor”, comemorou Galgani, que foi o único representante da modalidade nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020.

Galgani começou a carreira em 2013, após conhecer o treinador da Seleção Brasileira, James Neto, que passou a lhe dar informações mais detalhadas sobre o esporte. Não demorou muito para que o interesse do atleta aumentasse. A partir daí, ele intensificou a rotina de treinos e não demorou para que os resultados começassem a aparecer. 

Além dele, o também paulista Carlos Carletti garantiu a prata na prova R6 – misto 50m carabina de ar deitado SH1, com uma pontuação total de 238.4. O ouro foi para a colombiana Maria Restrepo (241.5), e o bronze ficou com o norte-americano Kevin Nguyen (218.2).

Este foi o último dia de disputas do tiro esportivo nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago 2023. O Brasil encerrou a participação com seis medalhas, sendo: dois ouros, duas pratas e dois bronzes.

Natação

A equipe brasileira de natação conquistou mais 12 medalhas (sete ouros, três pratas e 2 bronzes) nesta terça-feira, 21, chegando a 65 pódios na modalidade no quarto dia de disputas. Os atletas conquistaram na piscina 34 medalhas de ouro, 17 de prata e 14 de bronze. As provas de natação continuam até esta sexta-feira, 24.

Carol Santiago foi um dos destaques no Centro Aquático do Estádio Nacional, na capital chilena. A pernambucana chegou a 30 medalhas em missões internacionais ao conquistar duas medalhas de ouro: nos 100m peito da classe S12 (baixa visão) e no revezamento 4x100m livre (49 pontos) – ao lado do carioca Douglas Matera, da paraense Lucilene Sousa e do brasiliense Wendell Belarmino.

“Estou muito feliz de estar aqui, de ter participado, de poder representar o Brasil. Para mim, foi muito difícil manter a rotina [por ter esperado alguns dias em Santiago], mas conseguimos. Foi o mais difícil, mas um bom treinamento. Ficamos na torcida, enquanto isso, vibrando com cada medalha que chegava”, analisou Carol, que chegou a Santiago no último sábado, 18, e ainda não tinha competido.

No Movimento Paralímpico desde 2018, a pernambucana, 38, já tinha 28 pódios antes do Parapan, somando Mundiais (19 medalhas), Jogos Paralímpicos (cinco) e Parapans (quatro). Ela ainda tem cinco provas a disputar em Santiago, podendo chegar a 37 medalhas.

“É uma grande alegria poder ter trazido 30 medalhas para o Brasil em competições importantes. Eu me sinto honrada e sinto que estou fazendo a coisa certa. O revezamento é sempre muito empolgante, porque a gente está em equipe e essa sensação é diferente das outras provas. Dá até um gás a mais para competir”, comemorou Carol, após o fim do revezamento.

A primeira medalha desta terça-feira, 21, foi do catarinense Talisson Glock, na prova dos 400m livre da classe S6 (comprometimento físico-motor); ele registrou um tempo de 5min05s67, batendo o recorde parapan-americano que pertencia ao cubano Lorenzo Perez, de 5min14s45.

Na prova feminina dos 400m livre da classe S6 (comprometimento físico-motor), o Brasil conseguiu uma dobradinha no pódio e outro recorde. Laila Suzigan terminou em primeiro lugar, ficando com o ouro, após registrar um tempo de 5min32s10, batendo o melhor tempo parapan-americano até então, que pertencia à mexicana Vianney Trejo – 5min38s30. A prata foi para a brasileira Mayara Petzold, com tempo de 5min51s94.

Outra dobradinha brasileira aconteceu na prova dos 200m medley da classe SM11 (atletas cegos). O brasiliense Wendell Belarmino ficou com a medalha de ouro depois de registrar um tempo de 2min34s68. A prata foi para o colombiano Brayan Triana, com tempo de 2min40s00, e o bronze ficou com o carioca José Perdigão, com 2min40s95.

Na prova dos 50m costas da classe S4 (limitação físico-motora), a carioca Lídia Cruz e a cearense Edênia Garcia protagonizaram mais uma dobradinha brasileira. Lídia ficou com a prata, somando agora três medalhas em provas individuais no Parapan (dois bronzes, além do pódio desta terça-feira, 21), e Edênia conquistou o bronze, subindo ao pódio pela primeira vez na competição. A mexicana Nely Miranda levou o ouro.

Nos 50m borboleta da classe S5 (limitação físico-motora), Esthefany Rodrigues conquistou a medalha de ouro. Com o tempo de 47s08, ela ainda estabeleceu o novo recorde Parapan-americano – a marca antiga era de 47s55, de Joana da Silva. Este foi o segundo recorde da competição quebrado pela paulista, que já havia feito o mesmo nos 200m medley da classe S5.

“Agradeço primeiro a Deus, à minha família, aos meus técnicos, pois a gente vem trabalhando firme e forte para seguirmos evoluindo. Agora as coisas voltaram a encaixar, conquistando dois recordes, foi melhor do que eu imaginava e vamos seguir treinando, pois em 2024, tem Paris”, disse Esthefany.

Gabriel Cristiano chegou à sua segunda medalha. O nadador paulista ficou com a prata nos 100m livre da classe S8 (limitação físico-motora). Ontem, ele conquistou o ouro nos 100m borboleta da mesma classe.

Atletismo

O primeiro dia de atletismo teve um novo recorde mundial no lançamento de disco da classe F53 – registrado por Beth Gomes –, e a duas dobradinhas nos lugares mais altos do pódio. Ao todo, o Brasil conquistou 13 medalhas: quatro de ouro, três de prata e seis de bronze

Apesar de estabelecer o novo recorde mundial: 17,80m, superando os 17,12m que registrou em Paris, em 2023, Beth não ficou com a medalha de ouro. Como apenas duas atletas competiram, a prova não ofereceu premiações.

“Graças a Deus, o trabalho deu certo, a evolução está acontecendo. Estou muito feliz. É a quinta vez que participo e com essa vitória. Gratidão a minha treinadora, ao Comitê Paralímpico, a todos os profissionais que estão comigo, equipes multidisciplinares. Paris é logo ali”, disse Beth Gomes, após o feito.

No arremesso de peso da classe F57 (atletas que competem sentados), dobradinha brasileira com os paulistas Thiago Paulino, que ficou com o ouro após arremessar 15,17m, e Marco Aurélio Lima, segundo colocado com a marca de 13,74m.

“Começamos a fazer uma grande prova, em alto nível, depois fiquei um pouco nervoso, querendo fazer na força [deixando a técnica de lado], e acabou não saindo o índice, que era meu objetivo também, mas estou muito feliz com a prova, com o resultado. Saiu uma marca expressiva e a prova em si foi muito boa também”, lamentou Thiago Paulino, que é dono do recorde parapan-americano, estabelecido em Lima, no Peru: 15,26m.

A outra dobradinha de ouro e prata veio nos 200m da categoria T11 (atletas cegos). A acreana Jerusa Geber venceu a prova com o tempo de 25s04, e a potiguar Thalita Simplício (26s05), terminou na segunda colocação.

Dois brasileiros subiram ao pódio em mais duas provas. Nos 5000m da classe T11 (atletas cegos), o sul-mato-grossense Yeltsin Jacques conquistou a medalha de ouro, enquanto o paulista Júlio César Agripino ficou com o bronze. Já nos 400m das classes T53/T54 (cadeirantes), a paranaense Aline dos Santos ficou com a medalha de prata, e subiu ao pódio ao lado da paulista Vanessa Cristina de Souza, que foi bronze.

Ouro no arremesso de disco da classe F11 (atletas cegos), a mineira Izabela Campos quebrou o recorde parapan-americano com 38,23m. A antiga marca, de 35,32m, já pertencia a ela, e havia sido estabelecida em Lima, em 2019.

Quatro medalhistas de bronze também subiram ao pódio sem conterrâneos ao lado: o carioca Fabio Bordignon, nos 200m da classe T35 (paralisia cerebral), o pernambucano Sivaldo Santos, nos 5000m da classe T13 (baixa visão), o carioca João Victor Teixeira, no lançamento de disco da classe F37 (paralisia cerebral), e a capixaba Lorraine Aguiar, nos 100m da classe T12 (baixa visão).

Halterofilismo

No halterofilismo, a equipe mista formada por Bruno Carra, João Maria França e Mariana D’Andrea ficou com a medalha de bronze ao vencer Cuba. Bruno Carra e João Maria França levantaram 158kg. Já Mariana D’Andrea, 138kg. O Brasil fechou a sua participação com 368,4 pontos.

Este também foi o último dia de competição para os halterofilistas. A equipe brasileira conquistou 17 medalhas na categoria, sendo sete ouros, quatro pratas e seis bronzes. A marca supera o desempenho brasileiro nos Jogos de Lima, em 2019.

Goalball

Com quatro gols de Danielle Longhini, a Seleção Brasileira feminina venceu o México por 4 a 0 na última rodada da fase de grupos. O primeiro tempo terminou com a vantagem de 1 a 0 para as brasileiras, que na segunda etapa fizeram 3 a 0.

O Brasil fechou sua campanha na fase de grupos como líder do Grupo C, com nove pontos, seguido pela Argentina, com seis, o México, com três, e a Guatemala, que não pontuou. O próximo jogo das brasileiras, já pelas quartas de final do torneio, contra as peruanas, será nesta quarta-feira, 22, às 11h30.

No masculino, o Brasil venceu o Chile por 10 a 0. Foi a terceira vitória da Seleção Brasileira na fase de grupos – já havia vencido a Colômbia e o México, por 11 a 1 e 12 a 2, respectivamente. 

Líder do Grupo A com 33 gols marcados e apenas três sofridos, o Brasil encara a Venezuela nas quartas de final. O jogo está marcado para esta quarta-feira, 22, às 9h (de Brasília).

Basquete em Cadeira de Rodas

A Seleção Brasileira feminina de basquete em cadeira de rodas se classificou para a semifinal após vencer El Salvador por 78 a 9 nesta terça-feira, 21. Com o segundo lugar no grupo B, o Brasil enfrentará o líder do grupo A nas semifinais, na próxima quinta-feira, 23.

Já a equipe masculina venceu Porto Rico por 88 a 36 e terminou a primeira fase em terceiro lugar no Grupo B.

Agora, a Seleção Brasileira encara a Argentina nas quartas de final. O jogo é nesta quarta-feira, 22, às 16h (de Brasília).

Rúgbi em cadeira de rodas

No rúgbi em cadeira de rodas, o Brasil venceu o Chile por 66 a 28 e garantiu vaga nas semifinais.

Quarta colocada, a Seleção Brasileira enfrenta agora o Canadá, que venceu todos os jogos da primeira fase e se classificou em primeiro. O jogo é nesta quarta-feira, 22, às 17h (de Brasília).

Tênis em cadeira de rodas

Na chave simples do quad do tênis em cadeira de rodas, Leandro Pena venceu David Wagner, dos EUA, por 2 sets a 0 (6/2 e 6/0) e avançou às semifinais; Ymanitu Silva, por sua vez, superou o colombiano Daniel Campaz por 2 sets a 1 (6/1, 3/6 e 6/3) e também garantiu um lugar entre os quatro melhores do torneio.

Na chave simples masculina, Gustavo Carneiro Silva venceu o peruano Ysabelino Apaza por 2 sets a 0, com duplo 6/0, e avançou às quartas de final.

Patrocínio

As Loterias Caixa e a Braskem são as patrocinadoras oficiais do atletismo.

As Loterias Caixa são a patrocinadora oficial do Halterofilismo, natação, tiro esportivo, basquete em cadeira de rodas e goalball.

Programa Loterias Caixa Atletas de Alto Nível 

Os atletas Beth Gomes, Izabela Campos, Jerusa Geber, Thalita Simplício, Thalisson Glock, Wendell Belarmino, Thiago Paulino, Yeltsin Jacques, Laila Abate, Lídia Cruz, Douglas Matera, Patrícia Santos e Mariana D’Andrea são integrantes do Programa Loterias Caixa, programa de patrocínio individual da Loterias Caixa que beneficia 91 atletas.

Time São Paulo

Os atletas Aline Rocha, Edênia Garcia, Beth Gomes, Estefany Rodrigues, Jerusa Geber, Julio Agripino, Gabriel Cristiano e Talisson Glock são integrantes do Time São Paulo, parceria entre o CPB e a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo, que beneficia 106 atletas de 14 modalidades.

Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)

PATROCINADORES

  • Toyota
  • Braskem
  • Loterias Caixa

APOIADORES

  • Ajinomoto

PARCEIROS

  • The Adecco Group
  • EY Institute
  • Cambridge
  • Estácio
  • Governo do Estado de São Paulo

FORNECEDORES

  • Max Recovery