Casa Museu Ema Klabin

A casa como microcosmo: o que o espaço privado revela sobre as estruturas sociais? Neste sábado, 28 de junho, às 10h, a socióloga Julia Abdalla ministra uma palestra presencial na Casa Museu Ema Klabin, explorando o funcionamento doméstico como chave para compreender desigualdades de classe, gênero e raça entre os anos 1960 e 1980. A atividade dialoga com a exposição Tempos de uma casa e propõe uma leitura social do ambiente privado com base em pesquisa histórica e sociológica.   ▪️ presencial na Casa Museu Ema Klabin   ▪️ sáb, 28 jun   ▪️ das 10h às 12h   ▪️ taxa de inscrição: R$ 10   ▪️ 95 vagas por ordem de inscrição   ▪️ com tradução e interpretação em Libras Inscrições em: https://lnkd.in/du688d8f

Uma das raras vezes em que Ema Klabin aceitou emprestar uma obra de sua coleção foi para uma grande exposição Frans Post, inaugurada em 27 de junho de 1947 no Museu de Arte de São Paulo – MASP, com o lançamento do livro “Frans Post” de Joaquim de Souza Leão. A tela Vista de Olinda tinha sido adquirida por Ema em 1965, por intermédio da Galeria Debret, do Rio de Janeiro, e tem uma história fascinante: fez parte do presente que Maurício de Nassau ofereceu ao rei francês Luís XIV em 1679. Por muitos anos, esteve exposta no então Palácio do Louvre. Por motivo que desconhecemos, entretanto, Ema decidiu retirar a obra da exposição antes de seu término, e o Museu publicou nota no jornal Diário de São Paulo informando que “infelizmente, contrariando qualquer princípio ético, as senhoras Ema Klabin e viúva Horácio Lafer, duas colecionadoras de Frans Post, alegando sua ida para Campos do Jordão, retiraram seus quadros".

O que a casa museu casa pode contar sobre quem a habitou e sobre o tempo em que foi vivida? A exposição Tempos de uma casa revela o cotidiano da residência de Ema Klabin antes de se tornar museu, a partir de documentos, fotografias, objetos e memórias. Uma oportunidade de conhecer outras camadas dessa história — não só da colecionadora, mas também de quem trabalhou, viveu e circulou por esses espaços. ▪️ visitação de qua a dom ▪️ das 11h às 17h ▪️ R$ 20 (inteira) | R$ 10 (meia) ▪️ gratuito para crianças até 7 anos, professores e estudantes da rede pública Saiba mais no link da bio.

Projetada com intenção e estratégia, a residência de Ema Klabin foi também um espaço de projeção pública. A disposição dos ambientes, organizada em torno de uma longa galeria central, conduzia os convidados pelas obras da coleção até o salão principal — um percurso cuidadosamente pensado para apresentar a casa e seu acervo à elite paulistana. Depois de anos vivendo na Europa e dedicando-se ao cuidado do pai, Ema conquistou seu lugar na sociedade paulistana por meio da filantropia, da música e das artes. Participou de conselhos, apoiou instituições e se tornou anfitriã de encontros discretos, mas frequentes, com políticos, diplomatas, empresários e artistas. Apesar da visibilidade, preferia manter os eventos longe dos holofotes e não permitia fotógrafos, embora tenha contratado um serviço de clipping para acompanhar sua presença na imprensa. A casa era, assim, espaço de sociabilidade seletiva: entre almoços, jantares e concertos, reunia-se ali um círculo privilegiado e influente.

O Terkisher Ensemble se apresenta na Casa Museu Ema Klabin com um repertório que cruza tradições da música judaica e otomana, trazendo ao público sonoridades que atravessaram outros tempos e outros espaços. Em parceria com o Instituto da Música Judaica – IMJ Brasil, o espetáculo propõe uma interpretação contemporânea dessas heranças, reunindo elementos sefaraditas e influências do Oriente Médio em arranjos vibrantes de acordeon, clarinete, cordas e percussão.  ▪️ sáb, 5 de jul ▪️ às 16h ▪️ gratuito ▪️ 100 vagas por ordem de chegada

O educativo da Casa Museu Ema Klabin está com vaga de estágio aberta. Buscamos pessoas interessadas em mediação cultural, pesquisa sobre a casa museu e seus temas, e no desenvolvimento de visitas e atividades junto à equipe educativa. A vaga é preferencialmente para estudantes de grupos minorizados: pessoas negras, indígenas, LGBTQIAPN+ e de regiões periféricas. Confira os pré-requisitos e como se candidatar no nosso site (link na bio).

Nesta edição do Bate-papo em casa, a conversa gira em torno de memória, educação e patrimônio LGBTQIAPN+. O encontro discute como a preservação da memória e da cultura LGBTQIAPN+ contribui para a valorização de histórias, acervos e territórios, e como a educação museal pode atuar na comunicação e defesa desse patrimônio. Participam da conversa Alisson Gonçalves, do CEDOC LGBTI+ (Curitiba), Émerson Rossi, do Museu Bajubá, e Paula Cavalcante, do Museu da Diversidade Sexual.  ▪️ sex, 4 de jul ▪️ das 15h30 às 17h ▪️ transmissão ao vivo no YouTube pelo canal @CasaMuseuEmaKlabin ▪️ gratuito ▪️ não há necessidade de inscrição Parceria entre os setores de educação da Casa Museu Ema Klabin e da Casa Museu Eva Klabin.

A Casa Museu Ema Klabin funcionará normalmente nos dias 19, 20 e 21 de junho e estará fechada no dia 22. Programe sua visita e venha conhecer a exposição Tempos de uma casa!

As visitas mediadas pelo educativo estão temporariamente suspensas e serão retomadas no dia 2 de julho. Seguimos com a visitação livre, de quarta a domingo, das 11h às 17h. Agradecemos a compreensão e esperamos por você!

Ema Klabin acompanhava todas as temporadas de música, dança e teatro na cidade de São Paulo, assistindo espetáculos nacionais e estrangeiros. Habituada a ir com frequência ao Teatro Municipal desde sua juventude, também era associada da Sociedade de Cultura Artística desde 1949. Em uma mesma semana do início de junho de 1959, por exemplo, assistiu à apresentação da cantora de gospel norte-americana Betty Allen, no Cultura Artística, à peça de teatro Port-Royal da Comédie Française e à apresentação dos bailarinos húngaros Nora Kovach e Istvan Rabovsky, no Teatro Municipal. Muitas vezes, convidava os artistas para uma recepção em sua casa após o espetáculo.