Saúde

Por Marcella Centofanti, Colaboração Para Marie Claire — São Paulo

A alimentação da modelo Yasmin Brunet está dando o que falar dentro e fora da casa do BBB24. Sua dieta e seu corpo são alvo de comentários jocosos por parte do cantor Rodriguinho. A própria sister desabafou sobre o assunto, durante uma fala no Raio-X, na terça-feira.

“Eu estou completamente descompensada na alimentação, estou muito ansiosa. Eu já tive questões alimentares e estou depositando absolutamente tudo na comida. Eu pensei que poderia ser assim, mas achei que não seria tão intenso como está sendo, a questão da comida, eu digo”, disse ela.

“É muito doido. Quem tem questões alimentares vai conseguir entender isso. Você se sente cheio e vazio ao mesmo tempo. E parece que o único momento que eu não penso, que eu não fico ansiosa é o momento que eu como. Mas logo em seguida já vem de novo”, concluiu.

O que é compulsão alimentar?

A compulsão alimentar é um transtorno no qual o indivíduo tem episódios de descontrole alimentar associados ao sofrimento emocional decorrente disso. “A pessoa come muito mais do que o necessário, em termos de necessidades fisiológicas. Ela vai se sentir desconfortavelmente cheia e, mesmo assim, não vai conseguir parar quando estiver saciada”, diz a psicóloga Teresa Muller, especialista em transtornos alimentares.

A psicóloga explica que, quem tem o transtorno, usa a comida para preencher um vazio: “A pessoa busca uma saciedade com a comida, mas não encontra, porque o alimento é um meio para lidar com a vida. Ela come sem estar necessariamente com fome e sente muita culpa, angústia, vergonha e repulsa durante e depois do episódio de compulsão alimentar”.

Para diagnóstico do distúrbio, os episódios devem ocorrer pelo menos uma vez por semana, durante três meses.

O psiquiatra Higor Caldato, sócio do Instituto Nutrindo Ideais e especialista em psicoterapias e transtornos alimentares, afirma que a comida pode funcionar como uma maneira imediata de encontrar prazer e, portanto, reduzir ou disfarçar momentaneamente os sintomas de ansiedade. “O alimento estimula a liberação de dopamina, um neurotransmissor que faz parte do sistema de recompensa, trazendo uma sensação de bem-estar para a pessoa.”

Segundo a Associação Americana de Psiquiatria, os transtornos alimentares são mais comuns em mulheres, sobretudo na faixa dos 12 aos 35 anos.

A compulsão alimentar pode estar associada a outro distúrbio, a bulimia nervosa. Nesse caso, o episódio de descontrole é seguido por algum método compensatório para perder peso, como excesso de exercício físico ou indução de vômito.

Qual é a diferença entre compulsão e um exagero alimentar?

Popularmente, o termo ‘compulsão alimentar’ é usado para se referir a circunstâncias em que o próprio indivíduo considera que comeu mais do que o habitual ou quando fugiu do programa alimentar que normalmente segue.

Esses exageros costumam acontecer em festas ou ocasiões especiais, como um churrasco. No entanto, em situações não patológicas, a pessoa não sente descontrole. “Na hora que ela quiser parar, ela consegue parar, mas ela escolhe continuar comendo porque está gostoso, por exemplo. Ela não sente vergonha e repulsa do próprio corpo”, esclarece Muller.

Caldato concorda: “É comum ouvir que se teve ‘uma compulsão’ ao comer uma barra de chocolate ou alguns pedaços de pizza a mais. Porém, o verdadeiro episódio de compulsão alimentar se refere a um descontrole alimentar de outra ordem”.

A pessoa come até ficar extremamente cheia e passar mal. Ela come escondido com vergonha da quantidade que está ingerindo, come mais rapidamente do que o normal e, principalmente, tem pensamentos depressivos e ansiosos.
— Higor Caldato

Fatores de risco para compulsão alimentar

Segundo Caldato, uma pessoa tem mais risco de compulsão alimentar se outros familiares tiverem o distúrbio, o que indica uma influência genética da patologia. Muller cita também a obesidade como uma doença muitas vezes associada ao quadro.

Entre as possíveis causas do transtorno, de acordo com o médico, estão:

- Fatores neurobiológicos, que envolvem disfunções na ação de substâncias como serotonina e dopamina;

- Aspectos socioculturais. “Os padrões de beleza e a forma física valorizados pela cultura podem facilitar o desenvolvimento de um transtorno alimentar quando incidem em pessoas com outros fatores de risco”, diz o médico. Profissões como dançarinas, modelos, atletas de alta performance e profissionais de qualquer atividade que demande magreza ou baixo peso e promova um ambiente competitivo são mais suscetíveis ao quadro;

- Aspectos psicológicos. Indivíduos com tendência a baixo autoestima, autoavaliação negativa, perfeccionismo, obsessão e insatisfação corporal podem desenvolver o distúrbio;

- Fatores familiares. “Famílias disfuncionais tendem a ser fator de risco ou de manutenção no curso de um transtorno alimentar. A presença de familiares que fazem críticas ou comentários sobre o peso ou a forma do corpo dos pacientes durante a infância e adolescência são fatores que parecem estar associados com o desenvolvimento da anorexia nervosa, por exemplo”, aponta o psiquiatra.

Tratamento

O tratamento do transtorno é multidisciplinar e reúne psicólogos, endocrinologistas, psiquiatras e nutricionistas especializados na condição.

“A gente costuma recomendar um nutricionista comportamental, pois ele não vai prescrever dietas restritivas, que são fatores de risco para qualquer transtorno alimentar”, afirma Muller. Eventualmente, é necessário o uso de medicamentos psiquiátricos.

“É importante desmistificar que nem todo obeso tem compulsão alimentar e que nem toda compulsão alimentar acontece em pessoas obesas. O transtorno pode acontecer em qualquer um”, aponta Caldato.

“Esse é um assunto que deve ser tratado como relacionado à saúde emocional. Ele não deve ser motivo de piada e constrangimento. Todos nós somos responsáveis pela quebra de preconceitos e estigmas relacionados à patologia”, diz o médico

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