‘‘Estamos na era da dancinha’’, diz Thomas Roth

Produtor, músico e jurado, sócio da Lua Nova analisa os impactos das redes sociais e mídias digitais na indústria da música.

O post de hoje é um Guest Post feito por Carolina Huertas que foi disparado através do portal Meio & Mensagem, no começo de setembro de 2022. Todos os créditos da escrita e das informações apresentadas são destinados a eles. 

Na indústria da música há 52 anos, Thomas Roth acumula experiência como músico, jurado de programas de talentos, como o Ídolos, e trabalhos para a publicidade, que vão do jingle à campanhas publicitárias. Do lado de negócios, o profissional é sócio e diretor geral da produtora Lua Nova e da Elemess Music & Services, empresa de gestão de negócios e carreiras artísticas. 

Diante dos novos algoritmos, tecnologias e consumo musical no ambiente digital, o especialista analisa e detalha em entrevista Meio & Mensagem as transformações e impactos na atual indústria musical.

Thomas Roth (Crédito: Bernie Walbenny)

Meio & Mensagem – Como a digitalização impactou as receitas das indústrias fonográficas?

M&M – Como as redes estão influenciando a criação das músicas?

Lamento muito, acho que os caminhos são tantos, mas, ok é o que está na moda, é o que todo mundo quer. Como as ferramentas de criação, produção e divulgação estão aí à disposição de todo mundo, isso é um caminho que acontece muito. Agora, isso tem um efeito muito ruim. 

Eu sou curador e, por ter sido jurado do Ídolos, sou muito convidado para ser jurado e curador de festivais, o que acho ótimo porque me dá um panorama muito claro sobre a criação e a produção musical no país. Não faz muito tempo, fui curador do festival de música sertaneja. Eram 275 músicas que foram selecionadas e eu tinha que ouvir porque já tinha uma primeira seleção. 

Todas pareciam filhotes da mesma mãe, com o mesmo approach e letra, mesma estética sobre cerveja, caçamba, mulher e balada, numa pobreza impressionante. Isso porque o universo sertanejo é riquíssimo. A música brasileira é muito rica, mas, de repente, tem essa coisa de todo mundo ir pelo mesmo caminho. 

Parece que fazer direito dá trabalho, as pessoas tem preguiça de pensar, mas eu continuo tentando fazer direito, continuo tentando fazer algo mais perene, algo que fique. Porque a verdade é essa: essas coisas todas vão ser analisadas daqui a 50, 100 anos exatamente sobre esse olhar – e que bom, isso era a cultura da época, isso é um retrato do que as pessoas gostavam e consumiam. 

Essas massificações interessam exatamente para essas grandes redes que faturam futuras em cima disso.

M&M – Como esse novo universo afeta a gestão de carreiras?

Roth – Eu tenho a Lua Nova, que é uma produtora de conteúdo e de publicidade, e sou sócio da LMS que é uma empresa de gestão de carreiras artísticas. Nós cuidamos da Pitty, Fresno, Filipe Ret, Marcelo D2, Mc Tha, etc. São artistas com características diferentes, mas o tema redes é comum a todos, é algo que você não pode ignorar. 

Nos dias atuais, onde a Internet a distribuição digital reina, o artista deve-se adaptar e tentar seguir o fluxo que o público está seguindo. É uma jornada difícil, complicada e exaustiva, contudo, seguir o fluxo das coisas, é a opção mais válida.

Thomas Roth, durante entrevista realizada pelo Meio & Mensagem, explicou que nem sempre o artista que está bombando na mídia é bom, contudo existem uma série de fatores para ele estar onde ele está. 

De resto, te vemos no próximo? 😎🎶

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