Dados são de uma pesquisa realizada pela SAS Brasil, divulgada no Journal of Telemedicine and Telecare, com pacientes atendidos remotamente pela organização ao longo de 2020 e 2021
A startup social SAS Brasil, que desde 2013 atua levando atendimento gratuito em saúde especializada para regiões carentes de médicos especialistas, recebeu mais uma validação internacional para o seu programa de telessaúde: a publicação de um artigo científico no Journal of Telemedicine and Telecare, referência internacional na publicação de estudos sobre a área.
O artigo “Outcomes of telemedicine care during the COVID-19 pandemic: Experience from an intervention program designed for vulnerable population in Brazil” apresenta os resultados de uma pesquisa sobre a resolutividade do projeto de atendimento remoto iniciado pela organização social durante a pandemia de covid-19.
A pesquisa analisou a resolutividade das consultas realizadas em comunidades vulneráveis durante o período de 15 de julho de 2020 a 15 de abril de 2021. Das 22.664 pessoas beneficiadas pelo programa no período avaliado, 99,21% responderam que usariam novamente o serviço oferecido pela instituição sem fins lucrativos, dado que reflete a eficiência do acolhimento e da experiência do paciente com os profissionais de saúde e voluntários da SAS Brasil.
Além disso, a pesquisa aponta que 89,76% dos pacientes afirmaram que tiveram seu problema de saúde resolvido apenas com as consultas a distância. Dado este que demonstra a capacidade resolutiva de um atendimento remoto, onde paciente e profissional de saúde se conectam apenas por uma tela de celular ou computador.
Os dados da pesquisa utilizaram como parâmetro o Net Promoter Score (NPS), indicador utilizado para medir a satisfação dos pacientes atendidos. Além da publicação no Journal of Telemedicine and Telecare, o artigo foi republicado na SAGE Journals, editora americana líder internacional na distribuição de conteúdos de inovação.
Carolina Carneiro, coordenadora de oftalmologia da SAS Brasil e uma das autoras da publicação, afirma que a experiência adquirida e aplicada pela startup social foi importante para conseguir validar a acessibilidade da telessaúde em comunidades vulneráveis e avaliar a taxa de aceitação da população para este serviço.
“Essa é uma publicação que chancela para uma comunidade internacional científica o nosso trabalho com dados bem estruturados e analisados”, afirma Carolina ao lembrar que a pesquisa analisou a experiência da SAS Brasil em comunidades do Rio de Janeiro, São Paulo e em várias cidades do país.
“Com a pesquisa, respondemos a uma de nossas principais questões. Será a telessaúde uma ferramenta acessível e resolutiva para comunidades vulneráveis?”, pontua Adriana Mallet, médica e CEO da SAS Brasil, ao lembrar que a organização foi pioneira na utilização da telessaúde para levar atendimento em um período onde as consultas eletivas do Sistema Único de Saúde foram suspensas devido a pandemia da covid-19.
A resposta é que “o programa de telessaúde teve uma forte aceitação nessas comunidades e já nos permite afirmar que esta é uma ferramenta simples, com potência de alta abrangência e que pode transformar a realidade de regiões carentes de acesso à saúde especializada”, afirma Carolina Carneiro.