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06 agosto 2025
80 anos de Hiroshima: “Lembrar o passado é proteger e construir a paz no presente — e para o futuro”
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05 agosto 2025
184 países retomam negociações sobre tratado global contra a poluição por plásticos
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04 agosto 2025
AVISO DE PAUTA: Brasília sedia II Cúpula Parlamentar sobre Mudança Climática e Transição Justa da América Latina e o Caribe
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Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável no Brasil
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável são um apelo global à ação para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima e garantir que as pessoas, em todos os lugares, possam desfrutar de paz e de prosperidade. Estes são os objetivos para os quais as Nações Unidas estão contribuindo a fim de que possamos atingir a Agenda 2030 no Brasil.
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14 julho 2025
ONU alerta: apenas 35% das metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável estão no caminho certo
Uma década após a adoção da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, as Nações Unidas divulgaram hoje a 10ª edição de seu relatório anual de progresso, o Relatório da ONU sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 2025. O documento oferece uma avaliação contundente e um forte apelo à ação.Embora milhões de vidas tenham melhorado, com avanços em saúde, educação, acesso à energia e conectividade digital, o ritmo das mudanças continua insuficiente para alcançar os 17 #ObjetivosGlobais até 2030. Os dados mais recentes mostram que apenas 35% das metas estão no caminho certo ou apresentando progresso moderado, enquanto quase metade avança lentamente e 18% registraram retrocesso.“Estamos diante de uma emergência de desenvolvimento”, afirmou o secretário-geral da ONU, António Guterres. “Mas este relatório é mais do que um retrato do presente. É também uma bússola que aponta caminhos para o progresso. Ele mostra que os ODS ainda podem ser alcançados — mas apenas se agirmos com urgência, união e determinação.”O Relatório sobre os ODS é preparado pelo Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU (DESA), em colaboração com 50 entidades das Nações Unidas e organizações regionais. O relatório é apresentado aos Estados-membros durante o Fórum Político de Alto Nível sobre Desenvolvimento Sustentável (HLPF), estabelecido no documento final da Conferência Rio+20, “O Futuro que Queremos”, que se reúne anualmente na sede da ONU. O HLFP 2025 está sendo realizado de 14 a 24 de julho sob o tema: “Promover soluções sustentáveis, inclusivas, baseadas em ciência e evidências para a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável e seus Objetivos de Desenvolvimento Sustentável para não deixar ninguém para trás” Progresso em meio à adversidadeApesar de desafios globais em cascata, o Relatório sobre os ODS 2025 destaca conquistas significativas:As novas infecções por HIV caíram quase 40% desde 2010.A prevenção da malária evitou 2,2 bilhões de casos e salvou 12,7 milhões de vidas desde 2000.A proteção social alcança hoje mais da metade da população mundial, um aumento expressivo em comparação com uma década atrás.Desde 2015, 110 milhões de crianças e jovens a mais ingressaram na escola.O casamento infantil está em declínio, mais meninas permanecem na escola e cresce a presença de mulheres nos parlamentos.Em 2023, 92% da população mundial tinha acesso à eletricidade.O uso da internet passou de 40% em 2015 para 68% em 2024, ampliando o acesso à educação, ao trabalho e à participação cidadã.Os esforços de conservação dobraram a proteção de ecossistemas-chave, fortalecendo a resiliência da biodiversidade.Ao mesmo tempo, o relatório chama atenção para os entraves que continuam prejudicando o progresso sustentável:Mais de 800 milhões de pessoas ainda vivem na extrema pobreza.Bilhões ainda carecem de acesso à água potável, saneamento e higiene.A mudança climática tornaram 2024 o ano mais quente já registrado, com temperatura média 1,55°C acima dos níveis pré-industriais.Conflitos causaram quase 50 mil mortes em 2024, com mais de 120 milhões de pessoas forçadas a deixar suas casas.Países de baixa e média renda enfrentaram custos recordes com o pagamento da dívida: US$1,4 trilhão em 2023.Um plano para acelerarO relatório propõe ações em seis áreas prioritárias, capazes de gerar impactos transformadores: sistemas alimentares, acesso à energia, transformação digital, educação, empregos e proteção social, ação climática e biodiversidade.O documento também pede a implementação do Plano de Ação de Medellín, adotado no Fórum Mundial de Dados da ONU de 2024, para fortalecer os sistemas de dados essenciais para políticas públicas eficazes.Histórias de sucesso mostram que os ODS são possíveisMédias globais podem esconder avanços significativos em muitos países. Nos últimos dez anos:45 países alcançaram acesso universal à eletricidade.54 países eliminaram pelo menos uma doença tropical negligenciada até o fim de 2024.Esses resultados, impulsionados por políticas eficazes, instituições fortes e parcerias inclusivas, demonstram que o progresso acelerado é possível — e já está em curso.Os últimos cinco anos até 2030 representam uma oportunidade para cumprir as promessas da Agenda 2030. Ela não é apenas uma aspiração — é um compromisso inegociável.“Este não é um momento para o desespero, mas para a ação decidida”, afirmou o subsecretário-geral da ONU para Assuntos Econômicos e Sociais, Li Junhua. “Temos o conhecimento, as ferramentas e as parcerias para promover a transformação. O que precisamos agora é de multilateralismo urgente — um novo compromisso com a responsabilidade compartilhada e o investimento sustentado.”SERVIÇO: Lançamento do Relatório sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 2025Data: 14 de julho de 2025, segunda-feiraHorário: 13h45min - 15h (horário de Brasília) Transmissão pela TV on-line da ONU: https://webtv.un.org/en/asset/k1b/k1b40mdxr0 Participantes: António Guterres, secretário-geral da ONUAmina J. Mohammed, vice-secretária-geral da ONULi Junhua, subsecretário-geral da ONU para Assuntos Econômicos e Sociais Para mais informações, acesse a página do relatório: https://unstats.un.org/sdgs/report/2025 NOTAS PARA EDITORES Dados adicionais: AVANÇOS Entre 2012 e 2024, a taxa de nanismo infantil caiu de 26,4% para 23,2%.A expectativa de vida saudável aumentou mais de cinco anos entre 2000 e 2019, embora a COVID-19 tenha revertido parte desses ganhos.A mortalidade materna global caiu de 228 para 197 mortes por 100 mil nascidos vivos (2015–2023).A mortalidade infantil (menores de 5 anos) caiu de 44 para 37 por mil nascidos vivos (2015–2023).Até o final de 2024, 54 países eliminaram ao menos uma doença tropical negligenciada.Entre 2019 e 2024, 99 reformas legais foram implementadas para eliminar leis discriminatórias e promover a igualdade de gênero.Em 1º de janeiro de 2025, as mulheres ocupavam 27,2% das cadeiras nos parlamentos nacionais, um aumento de 4,9 pontos percentuais desde 2015.A energia renovável é a fonte de energia que mais cresce no mundo e deve ultrapassar o carvão como principal fonte de eletricidade em 2025.O 5G já cobre 51% da população mundial.Dados adicionais: RETROCESSOSSem ações aceleradas, 8,9% da população global ainda viverá na extrema pobreza em 2030.Em 2023, quase 1 em cada 11 pessoas enfrentava a fome.272 milhões de crianças e jovens estavam fora da escola.As mulheres realizam 2,5 vezes mais trabalho doméstico e de cuidado não remunerado do que os homens.Em 2024, 2,2 bilhões de pessoas não tinham acesso a água potável gerida com segurança; 3,4 bilhões, sem saneamento adequado; e 1,7 bilhão, sem higiene básica em casa.A população global de refugiados chegou a 37,8 milhões até meados de 2024.1,12 bilhão de pessoas vivem em favelas ou assentamentos informais sem serviços básicos.A ajuda oficial ao desenvolvimento caiu 7,1% em 2024, após cinco anos de crescimento — com novas reduções previstas para 2025.Para mais informações, acesse a página do Relatório da ONU sobre os ODS 2025: https://unstats.un.org/sdgs/report/2025 Hashtags: #RelatórioODS #ODS #ObjetivosGlobais #SDGReport #GlobalGoals Contato para a imprensa:Martina Donlon, Departamento de Comunicação Global da ONU: donlon@un.org Helen Rosengren, Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU: rosengrenh@un.org
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24 julho 2025
ONU abre inscrições para programa de bolsas de estudo sobre Oceano e Direito do Mar
A Divisão de Assuntos Oceânicos e Direito do Mar da ONU (UNDOALOS) está recebendo candidaturas para a edição de 2026 do Programa de Bolsas de Estudos das Nações Unidas e da Fundação Nippon sobre Oceanos e Direito do Mar.Objetivo:O objetivo do programa é oferecer a funcionários públicos de nível intermediário e profissionais de nível intermediário de países em desenvolvimento, que atuem diretamente com questões relacionadas aos oceanos e/ou ao direito do mar, uma formação avançada financiada nessas áreas ou em disciplinas relacionadas, como ciências marinhas, em apoio à formulação de políticas públicas e estruturas de gestão.O programa busca capacitar os participantes com habilidades para:Apoiar seus países na implementação do marco jurídico da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (UNCLOS) e instrumentos relacionados;Formular políticas abrangentes de gestão oceânica;Atuar em consonância com a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, especialmente com o ODS 14: Vida na Água. Estrutura:A bolsa tem duração de nove meses, divididos em duas fases:Fase 1: Treinamento de três meses na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque (aproximadamente de meados de março a junho de 2026), com a equipe da OLA/DOALOS.Fase 2: Estadia de pesquisa de seis meses em uma instituição acadêmica anfitriã, escolhida com base na especialização da área de pesquisa do bolsista (de julho a dezembro de 2026).Critérios de elegibilidade:Para se candidatar, é necessário:Ter entre 25 e 45 anos;Possuir pelo menos um diploma universitário (graduação ou equivalente);Demonstrar capacidade para realizar pesquisas e estudos acadêmicos avançados;Ser nacional de um país em desenvolvimento.Ser funcionário público ou profissional de nível intermediário que trabalhe diretamente com assuntos relacionados a:Implementação da UNCLOS e de instrumentos correlatos;Implementação da Agenda 2030, especialmente o ODS 14;Estabelecimento de zonas marítimas e delimitação de fronteiras marítimas;Desenvolvimento sustentável dos oceanos e mares;Políticas oceânicas nacionais e/ou regionais;Gestão da zona costeira;Conservação e gestão de recursos marinhos vivos;Transporte e navegação marítima;Segurança marítima;Proteção e preservação do meio ambiente marinho;Ciências marinhas. Processo de inscrição:Os(as) candidatos(as) devem preencher o pacote de inscrição disponível no site do programa, utilizando o botão "APPLY NOW": https://www.un.org/oceancapacity/content/apply-nowEtapas:Preencher os formulários de inscrição exigidos;Enviar os formulários preenchidos, junto com uma cópia do passaporte, para o e-mail: doalos@un.org;Preencher o seguinte formulário online complementar: https://forms.office.com/e/wj5pijFijjPrazo final para envio completo da candidatura: 14 de setembro de 2025Somente candidaturas completas enviadas dentro do prazo serão consideradas. Os resultados serão divulgados em dezembro de 2025 na página da Divisão de Assuntos Oceânicos e Divisão do Mar da ONU. Apenas os(as) selecionados(as) e suplentes receberão confirmação oficial por e-mail. Compromisso com diversidade:O programa busca atingir um equilíbrio de gênero (50/50) e diversidade geográfica entre os participantes. Candidaturas de mulheres são fortemente incentivadas. Acomodações razoáveis podem ser oferecidas, mediante solicitação, para apoiar a participação de candidatos(as) com deficiência.Para saber mais, siga @undoalos nas redes e visite a página da Divisão de Assuntos Oceânicos e Direito do Mar da ONU (UNDOALOS): https://www.un.org/oceancapacity/content/apply-now
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29 julho 2025
São Paulo e ONU-Habitat convidam população para oficinas sobre Plano de Resíduos Sólidos
A gestão dos resíduos sólidos é um dos desafios urbanos mais complexos enfrentados pelas cidades. Para enfrentá-los de forma eficaz, é essencial ouvir quem vive a cidade no dia a dia: a população. Entre os dias 18 e 22 de agosto, a Prefeitura de São Paulo, com o apoio do Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat), realizará oficinas participativas para contribuir com o diagnóstico do Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PGIRS), documento que está em fase de elaboração em parceria com o programa da ONU.As oficinas serão uma oportunidade para que moradores de todas as regiões da capital contribuam diretamente com o processo de construção do PGIRS, apontando problemas, propondo soluções e compartilhando suas vivências em relação à gestão de resíduos nas subprefeituras. Essas contribuições serão fundamentais para a elaboração do diagnóstico participativo do plano.Durante os encontros, será utilizada a matriz SWOT — uma ferramenta de planejamento estratégico que permite analisar quatro dimensões essenciais: Forças (Strengths), Fraquezas (Weaknesses), Oportunidades (Opportunities) e Ameaças (Threats). Com base nessa metodologia, participantes poderão refletir sobre a realidade da gestão de resíduos em suas regiões e na cidade como um todo. Temas como reciclagem, economia circular, logística reversa, atuação de catadores e cooperativas, entre outros aspectos relacionados aos resíduos sólidos, serão discutidos ao longo das oficinas.Para apoiar os debates, serão disponibilizados mapas impressos em grande formato, permitindo aos participantes identificarem e marcar diretamente os locais e áreas de interesse.“Cada morador conhece de perto os desafios do seu bairro e pode contribuir com soluções reais e eficazes. Construir uma cidade mais limpa, justa e sustentável começa com a escuta ativa de quem vive nela todos os dias”, comenta o secretário municipal do Verde e do Meio Ambiente de São Paulo, Rodrigo Ashiuchi.As oficinas serão realizadas entre os dias 18 e 22 de agosto nos seguintes locais:18/8, 19h - Zona Norte - Ceu Freguesia - Rua Crespo de Carvalho, 71 - Parque São Luis19/8, 19h - Zona Leste - Ceu Carrão - Rua Monte Serrat, 380 - Tatuapé20/8, 19h - Zona Oeste - Ceu Jaguaré - Avenida Kenkiti Simomoto, 80 - Jaguaré21/8, 19h - Zona Sul - Ceu Cidade Dutra - Av. Interlagos, 7350 - Interlagos22/8, 19h - Centro - Sesc Consolação - R. Dr. Vila Nova, 245 - Vila BuarquePara mais informações e detalhes sobre o PGIRS, acesse a página oficial por meio deste link.Planos de Resíduos Sólidos e SaneamentoPara elaborar o Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, a Prefeitura de São Paulo, representada pela Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente (SVMA), conta com a colaboração do ONU-Habitat na assistência técnica e na implementação de um processo participativo e inclusivo.O desenvolvimento do PGIRS leva em conta uma série de desafios na gestão de resíduos sólidos, como o aumento da geração de descartes, a necessidade de modernizar a coleta, a inclusão social dos catadores, a falta de informações sobre materiais recicláveis coletados informalmente e as dificuldades para implementar os sistemas de logística reversa. Além disso, a implementação da economia circular e a mudança climática surgem como elementos-chave para tornar o sistema mais eficiente e sustentável."A construção do PGIRS parte do entendimento de que a sustentabilidade não se alcança de forma isolada. Para que o sistema de gestão de resíduos funcione de maneira eficiente, justa e ambientalmente responsável, é fundamental trabalhar todos os elos da cadeia — desde o momento do descarte feito pela população, passando pela coleta, triagem, transporte e destinação final, até a valorização dos materiais por meio da reciclagem”, afirma o coordenador de programas do ONU-Habitat Luiz Gustavo Vilela, responsável pelo PGIRS.Além do plano de resíduos sólidos, o ONU-Habitat também colabora com a prefeitura no desenvolvimento do Plano Municipal de Saneamento Ambiental Integrado (PMSAI), que visa assegurar à população o acesso à água em quantidade e qualidade adequadas, por meio da integração de políticas de saneamento, habitação, meio ambiente, gestão de recursos hídricos, saúde, uso do solo, defesa civil, transparência e controle social.Para saber mais, siga @onuhabitatbrasil nas redes! Contato para imprensa: Alex Gomes, ONU-Habitat: alex.gomes@un.orgAléxia Saraiva, ONU-Habitat: alexia.saraiva@un.org
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07 abril 2025
Relator Especial da ONU: O Brasil deve enfrentar plenamente as violações da ditadura para garantir os direitos humanos e a democracia
Para garantir, de fato, os direitos humanos e a democracia, o Brasil deve abordar plenamente as violações da ditadura, disse, nesta segunda (7), o Relator Especial Bernard Duhaime.O Relator Especial para a Promoção da verdade, justiça, reparação e garantias de não repetição, Bernard Duhaime, fez esse apelo em declaração durante a conclusão de sua visita oficial de 9 dias ao Brasil. O objetivo da visita foi avaliar as medidas nas áreas de verdade, justiça, reparação, memorialização e garantias de não repetição adotadas pelas autoridades no Brasil para enfrentar as graves violações de direitos humanos cometidas pelo Estado durante a ditadura militar (1964-1985).Ao longo de sua história, o Brasil vivenciou violências institucionais em larga escala direcionadas a diferentes setores da sociedade. Essa violência adotou as formas do colonialismo, escravidão, ditadura e as atuais instâncias de violência institucional direcionada aos setores mais marginalizados da sociedade, como povos indígenas, pessoas afrodescendentes e os camponeses.“Os danos produzidos por essas práticas têm sido vivenciados em todo o território do país e sentidos ao longo de sucessivas gerações”, Duhaime disse. Ele alerta que esse continuum de violência é um indicador da falta de abordagens abrangentes para lidar com graves violações de direitos humanos que englobem medidas de busca da verdade, justiça, reparação, memorialização e garantias de não repetição. “Embora o Brasil tenha feito progresso significativo para abordar essas questões desde 1985, a implementação insuficiente de políticas de justiça de transição para lidar com as consequências da ditadura infelizmente leva a ataques recorrentes à democracia, aos direitos humanos e ao Estado de Direito”, disse o Relator Especial. O especialista disse que essa situação mantém a divisão social e borrou os fundamentos do direito internacional dos direitos humanos, que prevê que o Estado deve respeitar e garantir a todas as pessoas sob seu controle o livre e pleno exercício dos direitos humanos, sem qualquer discriminação. “Enquanto os direitos à verdade, à justiça, à reparação e à memória não forem assegurados a todas as vítimas da ditadura, essa divisão irá persistir e a história pode se repetir”, Duhaime alertou.“Para alterar de trajetória, o Brasil deve urgentemente implementar e ampliar as medidas de justiça de transição propostas no relatório final da Comissão Nacional da Verdade.”O Relator Especial apresentará seu relatório completo ao Conselho de Direitos Humanos da ONU em setembro de 2025.FIMAcesse a declaração completa em inglês e português. Sobre o Relator Especial sobre a promoção da verdade, justiça, reparação e garantias de não repetição. Relatores Especiais/Especialistas Independentes/Grupos de Trabalho são especialistas independentes em direitos humanos nomeados pelo Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas. O grupo de especialistas juntos, se denomina Procedimentos Especiais do Conselho de Direitos Humanos. Os especialistas em procedimentos especiais trabalham de forma voluntária; não são funcionários da ONU e não recebem um salário por seu trabalho. Enquanto o escritório de Direitos Humanos da ONU atua como o secretariado para os Procedimentos Especiais, os especialistas atuam em sua capacidade individual e são independentes de qualquer governo ou organização, incluindo o ACNUDH e a ONU.Quaisquer pontos de vista ou opiniões apresentados são exclusivamente do autor e não representam necessariamente os da ONU ou do ACNUDH.Observações e recomendações feitas especificamente para o país pelos mecanismos de direitos humanos da ONU, incluindo os procedimentos especiais, os órgãos do tratado e a Revisão Periódica Universal, podem ser encontradas no Índice Universal de Direitos Humanos https://uhri.ohchr.org/en/Para mais informações e notas de imprensa, por favor, entre em contato com: Durante a missão: Sra. Brenda Vukovic (+41 076-281 9813 /brenda.vukovic@un.org ); Sr. Diego Lobo, Centro de Informação da ONU Rio, diego.lobo@un.org +55 21 982876762). Após a missão: Sra. Brenda Vukovic (+41 22 917 9635 / brenda.vukovic@un.org)Para perguntas sobre outros especialistas independentes da ONU, entre em contato com Maya Derouaz (maya.derouaz@un.org) e Dharisha Indraguptha (dharisha.indraguptha@un.org).
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10 abril 2025
ONU Brasil lança Relatório Anual 2024
O recém-lançado Relatório Anual das Nações Unidas apresenta os resultados de um ano de avanços estratégicos no Brasil. Por meio de um planejamento integrado e de investimentos catalisadores, o Sistema ONU, formado por 24 entidades, atuou conjuntamente com o Estado brasileiro e com os três níveis de governo para impulsionar o desenvolvimento do país, com atenção às necessidades específicas dos diferentes grupos populacionais e ao meio ambiente.Seguindo as diretrizes do Marco de Cooperação, vigente de 2023 a 2027, ao longo de 2024 a ONU trabalhou em temas como saúde, educação, emprego e renda, acesso a serviços básicos, equidade, direitos humanos e assistência humanitária em 351 iniciativas, que trouxeram benefícios para milhões de pessoas. O investimento feito no país foi de US$ 155 milhões."O Relatório Anual é um documento indispensável para o monitoramento de nossas atividades e para a prestação de contas ao Estado, aos nossos parceiros e à sociedade brasileira." - Silvia Rucks, Coordenadora Residente da ONU no Brasil O relatório anual ressalta, além dos resultados, os desafios, a execução financeira, os principais doadores e os 341 parceiros que trabalham junto com o Sistema ONU para que o Brasil avance na implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Confira dez pontos de destaque do que o Sistema das Nações Unidas alcançou em 2024:Resposta à emergência no Rio Grande do SulResposta a secas e queimadasMobilização de R$ 55 milhões para o Fundo Brasil-ONU para a AmazôniaApoio à elaboração da Contribuição Nacionalmente Determinada de redução de emissões de gases do efeito estufaRealização de 55 missões de autoridades da ONU ao BrasilApoio à delegação brasileira de jovens no Y20Engajamento na Aliança Global contra a Fome e a PobrezaParticipação brasileira na Cúpula do FuturoAdoção do ODS18 – Igualdade Étnico-RacialApoio à presidência brasileira do G20Marco de CooperaçãoAssinado em 2023 com o Estado brasileiro, o Marco de Cooperação é o principal documento de planejamento, implementação, monitoramento e avaliação das ações da ONU no país. Ele organiza o trabalho das agências especializadas, fundos e programas das Nações Unidas com atuação no país em torno de cinco eixos temáticos:Transformação Econômica para o Desenvolvimento SustentávelInclusão Social para o Desenvolvimento SustentávelMeio Ambiente e Mudança do Clima para o Desenvolvimento SustentávelGovernança e Capacidades InstitucionaisRelação das Ações Humanitárias e de Desenvolvimento SustentávelLeia aqui o relatório completo.
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História
04 agosto 2025
Desafiando a seca
Apesar de ser conhecido por sua abundância hídrica, o Brasil enfrenta um risco crescente de desertificação. Mais de 1,4 milhão de km² do território nacional já são suscetíveis ao processo de desertificação, afetando diretamente cerca de 1.500 municípios e 38 milhões de pessoas. Nesse cenário árido do Brasil — onde o solo seco desafia a sobrevivência e a água é um recurso valioso — a agricultora Eusébia Bezerra cultiva hortaliças orgânicas e transforma a paisagem. No sítio onde vive com a família, ela está construindo um novo futuro com o apoio do projeto REDESER — uma iniciativa da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), em parceria com o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima do Brasil, com financiamento do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF, na sigla em inglês). “Aqui a gente não aproveitava nem 50% da terra, e o projeto ajudou muito com isso. Hoje a gente consegue usar cada pedacinho da propriedade, com pés de frutas, hortaliças, flores e plantas medicinais”, comemora Eusébia.Criada em um assentamento na zona rural do Ceará, Eusébia foi para Juazeiro do Norte, de 280 mil habitantes - aos 16 anos, para trabalhar como empregada doméstica e babá. Com a gravidez de risco do primeiro filho, em 2019, ela deixou o emprego, e o marido, Henrique, ficou encarregado de todas as despesas da família.A situação financeira apertada e a saúde debilitada do bebê estimularam o casal a deixar a cidade e construir uma casa na propriedade rural do pai de Henrique, dividida com irmãos, tios e primos. Em 2021, antes mesmo de terminar a construção, eles se mudaram para o sítio, que fica a cerca de duas horas da cidade, no coração do Semiárido brasileiro.Enquanto o pai de Henrique focava na produção de monoculturas, como amendoim, arroz e milho, como a maioria dos produtores da região, a jovem família resolveu seguir outro caminho, apostando no cultivo de hortaliças orgânicas. “Quando começamos, não havia hortas por aqui. Tínhamos que comprar verduras na cidade, cheias de agrotóxico. Aí preferimos investir nisso”, explica Eusébia. A horta foi crescendo, mas o principal desafio permanecia: a seca. “De agosto até o fim do ano é muito difícil, o poço fica vazio. A gente tem que se virar nos 30”, conta a agricultora. Com a chegada do projeto REDESER, a família aprendeu novas técnicas para aproveitar ao máximo a água — o recurso mais precioso da região, que é a área semiárida mais densamente povoada do mundo, cobrindo 70% do Nordeste brasileiro.Em seis meses de acompanhamento do projeto, eles receberam capacitações, construíram uma área de agrofloresta, canteiros perenes e passaram a conciliar diferentes tipos de cultivos, reduzindo o consumo de água. “O projeto trouxe vários aprendizados, como jeitos diferentes de plantar que reaproveitam a água e garantem a cobertura do solo, para que fique mais tempo molhado. Hoje está outra coisa aqui”, celebra.A partir das tecnologias sociais de convivência com o Semiárido, Eusébia e o marido conseguiram expandir a produção da horta, que atualmente conta com alface, coentro, cebolinha, pimentão e alho-poró. Tudo isso em um sistema integrado com agrofloresta, plantação de mandacaru (cactos da caatinga com frutos comestíveis) e de frutas, como banana e mamão, criação de peixes e cultivo de plantas medicinais, como hortelã e alecrim. Todas as semanas, a família vende cerca de 12 quilos de alface e 15 quilos de coentro para uma cooperativa próxima, por 12 reais o quilo, totalizando um complemento de renda de cerca de R$ 1.300 por mês. A renda do cultivo ainda não garante o sustento da família, mas o plano é aumentar a produção. “Para a cidade eu não quero voltar nunca mais. A gente quer ficar por aqui, vivendo da horta”, afirma Eusébia.Para o futuro, eles pretendem construir um novo poço no terreno, para garantir mais acesso a água e possibilitar ainda mais a expansão do plantio. “A gente tem um sonho de um dia, quando as coisas melhorarem, comprar um carro e sair vendendo cestinhas de hortaliças e plantas medicinais para as pessoas na cidade. Porque lá tem muita gente que quer ter acesso a produtos orgânicos, mas muitas vezes não tem. A gente está lutando para isso”, revela a agricultora.Com um investimento de R$ 19 milhões até o final de 2025, o projeto REDESER busca restaurar a funcionalidade do solo, proteger a biodiversidade e melhorar as condições de vida das comunidades locais. A meta é impactar cerca de 900 mil hectares e beneficiar diretamente 1.500 pequenos produtores e comunidades em cinco territórios diferentes do Brasil.Para saber mais, siga @FAOBrasil nas redes e visite a página da FAO no Brasil: https://www.fao.org/brasil/pt/
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História
25 julho 2025
“Quando você não tem paz e liberdade, você entende os valores disso na sua vida”
Há cerca de dois anos, Frözan Sediqui chegou ao Brasil com algumas caixas de madeira entre suas bagagens. Para muitos, aqueles itens vazios poderiam representar apenas peso extra em meio a uma mudança de país, mas para ela significavam um recomeço. Artesã e proprietária de uma galeria de arte em Cabul, capital do Afeganistão, Frözan deixou o país após a tomada de poder pelo Talibã. Desde então, a situação dos direitos das mulheres no Afeganistão se deteriorou drasticamente.Ao lado do marido e de um de seus irmãos, ela seguiu para o Irã, onde solicitaram vistos humanitários para viver no Brasil. A chegada foi em São Paulo, cidade onde a família não tinha conhecidos. Por semanas, eles se somaram a outras pessoas refugiadas que, sem terem para onde ir, aguardavam no aeroporto de Guarulhos até serem encaminhados para um abrigo. Após alguns meses, a família conseguiu se alojar na capital do estado paulista onde, grávida, Frözan tentava realizar os acompanhamentos do pré-natal. “No dia em que chegamos ao hospital para saber se esperava um menino ou uma menina, o médico escreveu no celular que o nosso bebê não estava mais vivo”, lembra emocionada. Para a especialista em Empoderamento Econômico da ONU Mulheres Brasil, Flávia de Moura Muniz, a trajetória de Frözan evidencia a importância de políticas públicas sensíveis às experiências das mulheres refugiadas e migrantes: “A Declaração e Plataforma de Ação de Pequim, há trinta anos, já reconhecia que, sem acesso a serviços essenciais — como saúde, informação e oportunidades de participação política e econômica —, não há empoderamento possível. Garantir esses direitos é fundamental para que mulheres em contextos de refúgio e migração possam reconstruir suas vidas com dignidade, segurança e autonomia.” As dificuldades de comunicação vividas no dia a dia se tornaram mais desafiadoras e doloridas naquela data. “Quando deixei o hospital, me matriculei em um curso de Português e venho aprendendo sempre mais”, conta a artesã que hoje tem na comunicação uma das suas ferramentas de trabalho.Ao lado do marido, Frözan vende peças de madeira talhadas em feiras, exposições e pela internet. As peças carregam o simbolismo e a tradição da técnica afegã. “A arte sempre ajuda. Quando o Talibã chegou, eu comecei essa arte de gravar em madeira, e esquecia tudo sobre eles. Aqui no Brasil, quando eu perdi meu bebê, essa arte me ajudou de novo”, revela. DireitosMesmo que ainda não tenha conseguido restabelecer as condições para ter novamente sua própria galeria, Frözan afirma que agora pode voltar a ter sonhos. “Quando você vive no Brasil, você vive de verdade. Não tem alguém que diga que você não pode fazer algo. Agora eu sonho que minha família possa vir para cá, que eu possa comprar uma casa, ficar no Brasil, e engravidar novamente”. Antes de empreender, ainda no Afeganistão, Frözan havia se formado em Relações Internacionais. Desde que retomou o poder no país, em 2021, o Talibã implementou uma série de medidas que sistematicamente privaram as mulheres de seus direitos, incluindo o acesso a empregos, educação e espaços públicos. Em novembro de 2024, com o apoio do Programa Conjunto Moverse, iniciativa da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), da ONU Mulheres e do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), financiada pelo Governo de Luxemburgo, Frözan esteve na II Conferência sobre Migrações, Refúgio e Apatridia (Comigrar), em Brasília, evento em que são discutidas as principais demandas e prioridades para aperfeiçoamento das políticas públicas para essa população. Ao participar do encontro como empreendedora, Frözan acompanhou os encaminhamentos dados pelas delegadas e delegados durante a Conferência. “Quando você não tem paz e liberdade, você entende os valores disso na sua vida”, reflete. Sobre o MoverseO Programa Conjunto Moverse é uma iniciativa implementada pela ONU Mulheres, pela Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), com o apoio do Governo de Luxemburgo — parceiro das instituições há seis anos na implementação de projetos voltados à construção de políticas e estratégias que promovam o empoderamento econômico, a proteção e a liderança e participação política de mulheres refugiadas e migrantes que vivem no Brasil. Entre 2021 e 2023, o programa teve como foco principal o empoderamento econômico, por meio da articulação com governos, empresas e instituições públicas e privadas para fortalecer os direitos econômicos e ampliar as oportunidades de desenvolvimento de mulheres venezuelanas refugiadas e migrantes. Em sua nova fase, iniciada em 2024, o programa amplia seu escopo para incluir mulheres refugiadas e migrantes de diversas nacionalidades, com o objetivo de oferecer apoio técnico ao governo federal no desenvolvimento de políticas públicas sensíveis aos direitos humanos e à igualdade de gênero, além de fortalecer as capacidades de mulheres e seus coletivos para uma participação efetiva nos processos de tomada de decisão. Para saber mais, siga @onumulheresbr nas redes e visite a página da ONU Mulheres no Brasil: https://www.onumulheres.org.br
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História
03 julho 2025
“Nós, os Povos das Nações Unidas”
EM 26 DE JUNHO DE 1945, os povos das Nações Unidas, por meio de seus representantes reunidos em São Francisco, estabeleceram uma nova organização global para promover os ideais pelos quais haviam lutado na guerra mais trágica da história.Ao dar esse passo monumental, os povos amantes da liberdade afirmaram que o espírito de cooperação e unidade de propósito — que havia possibilitado a vitória militar — deveria ser mantido para enfrentar o desafio da paz.Essa consciência de que as nações deveriam permanecer unidas não foi fruto do acaso nem de uma decisão repentina. Duas guerras mundiais em uma única geração — guerras que alcançaram todos os cantos do globo e envolveram todos os segmentos da humanidade — deixaram uma conclusão inescapável: que a paz e a segurança pelas quais a humanidade ansiava há séculos só poderiam ser alcançadas por meio de uma parceria contínua e da vigilância de todos os povos do mundo. A cada ano, as armas de destruição assumiam um potencial cada vez mais aterrorizante, e uma terceira guerra mundial poderia destruir as bases da civilização. Por trás da assinatura da Carta das Nações Unidas está a história das antigas tentativas da humanidade de agir coletivamente para que a paz e a segurança fossem alcançadas. Alguns dos poetas e filósofos mais ilustres do mundo delinearam planos para uma federação viável de nações. Em 1313, Dante propôs uma união europeia sob um único governante benevolente. Em 1713, o abade Saint-Pierre defendeu uma aliança perpétua dos Estados europeus e a arbitragem compulsória para resolver disputas. Jeremy Bentham propôs a redução de armamentos e o estabelecimento de uma "legislatura comum", enquanto Immanuel Kant favorecia uma federação geral de Estados, universal em escopo, que abrangesse todos os povos do mundo.Primeiras Ações Aliadas“A primeira ação formal das nações aliadas para trabalhar juntas pela preservação da paz foi a Conferência Interaliada no Palácio de St. James, em Londres, em 12 de junho de 1941.”Durante o século 19, o movimento pacifista cresceu rapidamente, e em 1914 já existiam cerca de 150 organizações de paz no mundo. Durante a Primeira Guerra Mundial, muitas dessas entidades discutiram a possibilidade de criar uma liga internacional após o fim das hostilidades. O governo britânico nomeou um comitê para elaborar um plano de uma Liga de Nações. Enquanto isso, Woodrow Wilson e o general Smuts também formulavam ideias para uma organização internacional de paz. Desses esforços surgiu um esboço que, com alterações, deu origem ao Pacto da Liga das Nações.De 1920 a 1930, a Liga teve maior êxito na área não política: saúde pública, melhoria das condições de trabalho pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), controle do tráfico de drogas, entre outros. Mas a década de 1930 foi marcada por agressões incontroladas, culminando no início da Segunda Guerra Mundial, em setembro de 1939. A virada da guerra só começou no verão de 1943, com a resistência soviética em Stalingrado. A cooperação militar e econômica desenvolvida forçadamente pelos Aliados nos primeiros anos críticos acabou sendo essencial para o nascimento das Nações Unidas. A Carta do AtlânticoEm agosto de 1941, enquanto a guerra avançava na Rússia e no sudeste da Europa, e a Batalha do Atlântico se intensificava, foi anunciada uma reunião entre o presidente Roosevelt e o primeiro-ministro Churchill "em algum lugar do mar". Em 14 de agosto, eles divulgaram a chamada Carta do Atlântico.A declaração não era um tratado formal, mas expunha princípios comuns sobre os quais baseavam suas esperanças para um futuro melhor. Defendia o direito dos povos à autodeterminação, o livre acesso ao comércio e matérias-primas, e a colaboração econômica internacional para melhores padrões trabalhistas e segurança social.Os pontos seis e oito da Carta relacionavam-se diretamente à criação de uma organização mundial. Após a derrota do nazismo, previa-se uma paz duradoura com liberdade para todas as pessoas, bem como o abandono do uso da força e a criação de um sistema permanente de segurança coletiva.A Carta do Atlântico não só deu esperança em um momento sombrio, como comprometeu os signatários a estabelecer uma organização internacional — compromisso que se fortaleceu nas conferências aliadas seguintes.Declaração das Nações UnidasO segundo elo da cadeia que levou à Carta foi a Declaração das Nações Unidas, assinada em 1º de janeiro de 1942 em Washington, por 26 países em guerra contra o Eixo. Era a primeira vez que se usava a expressão “Nações Unidas”.Esses países se comprometeram a empregar todos os recursos para derrotar o Eixo e não firmar acordos de paz separados. Até abril de 1945, quando a Conferência de São Francisco foi aberta, o número de signatários havia crescido para 47.Mesmo em meio à guerra, trabalhos construtivos para uma organização internacional do pós-guerra prosseguiram. Conferências de Moscou, Cairo e TeerãEm 1943, três conferências reforçaram esse compromisso. “Em Moscou, os Estados Unidos, o Reino Unido, a União Soviética e a China reconheceram a necessidade de criar uma organização internacional baseada na igualdade soberana de todos os Estados amantes da paz.” Essa meta foi reiterada no Cairo e em Teerã, com compromissos mais concretos para um mundo livre da tirania, escravidão, opressão e intolerância.Passos Econômicos e SociaisAlém dos compromissos políticos, os Aliados atuaram para enfrentar causas econômicas e sociais da guerra. Em maio de 1943, 44 países participaram da Conferência de Alimentação e Agricultura, que levou à criação da FAO. Em novembro, foi fundada a Administração das Nações Unidas para o Socorro e a Reabilitação (UNRRA), que forneceu ajuda emergencial e apoio à reconstrução em países devastados pela guerra.Em julho de 1944, a Conferência de Bretton Woods criou o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial, preparando o terreno para uma economia mundial estável e próspera.Dumbarton OaksLogo após Bretton Woods, representantes dos EUA, União Soviética, Reino Unido e, depois, China, reuniram-se em Washington para esboçar os termos da nova organização. As “Propostas de Dumbarton Oaks” serviram como base para debate público e preparação da conferência de São Francisco.Propunham a criação da ONU, com uma Assembleia Geral, um Conselho de Segurança, uma Corte Internacional de Justiça e um Secretariado, além de um Conselho Econômico e Social.YaltaEm fevereiro de 1945, na Crimeia, Roosevelt, Churchill e Stalin anunciaram a realização da Conferência de São Francisco, marcada para abril. A questão do voto no Conselho de Segurança foi resolvida, mas o plano seria divulgado após consulta à China e França.“Franklin Delano Roosevelt morreu em 12 de abril, poucos dias antes da conferência, e coube a outros líderes concretizar o projeto.”São FranciscoA Conferência das Nações Unidas sobre Organização Internacional reuniu-se de 25 de abril a 26 de junho de 1945. Mais de 850 delegados e milhares de jornalistas, assessores e representantes de ONGs compareceram. As negociações aconteceram em quatro comissões principais, com 12 comitês. O texto final da Carta trouxe alterações significativas às propostas de Dumbarton Oaks. Foi incluído um Preâmbulo, uma Declaração sobre Territórios Não Autônomos, o Sistema de Tutela e o Conselho de Tutela. A Assembleia Geral teve seus poderes ampliados e o Conselho Econômico e Social passou a ser um dos seis órgãos principais. A conferência também elaborou o estatuto da nova Corte Internacional de Justiça.Em 25 de junho, a Carta foi adotada por unanimidade. No dia seguinte, em uma cerimônia de sete horas, os delegados assinaram o documento histórico. “A China, primeira vítima da agressão do Eixo, teve a honra de assinar primeiro. Ao final, 153 assinaturas estavam registradas.” O presidente Truman encerrou a conferência com um discurso memorável:“Se tivéssemos tido esta Carta há alguns anos — e, acima de tudo, a vontade de usá-la — milhões agora mortos estariam vivos. Se vacilarmos no futuro em nossa vontade de usá-la, milhões que hoje vivem certamente morrerão.”Este artigo foi escrito e publicado pela primeira vez no Boletim Semanal das Nações Unidas, antecessor do UN Chronicle, em 24 de junho de 1947 (Volume II, nº 24). Acesse a versão original: https://www.un.org/en/un-chronicle/story-charter Para saber mais, visite a página especial da ONU Brasil sobre os 80 anos das Nações Unidas.
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História
06 junho 2025
“Eu só tenho a agradecer pelo Brasil ser um país acolhedor. O que eu sinto é gratidão.”
Portões abertos, mesas postas, som ambiente e espaço de lazer pronto para os clientes apreciarem a vista sob Pacaraima. Assim é a rotina no Restaurante Rustic, localizado na cidade fronteiriça de Roraima. Comandado pelo chef Romeu, o espaço reflete a mistura cultural entre o território brasileiro e venezuelano tão conhecida pelos moradores.A história de Romeu com a gastronomia começou quando ainda era um jovem garçom, na cidade de Santa Elena de Uairén, no lado venezuelano da fronteira. O cotidiano de ver o funcionamento da cozinha acendeu a primeira chama de interesse em seguir no ramo culinário. Em seguida, se tornou bartender na Ilha de Margarita, no litoral caribenho famoso pelo turismo e praias cristalinas.“Ali me apaixonei pela área, mas eu queria ser mais que bartender. Busquei nos jornais e encontrei uma vaga de cozinheiro com ou sem experiência. Fui aprendendo, estudando, assistindo vídeos até ter minha cozinha um ano e meio depois”, relembra.A decisão de sair da ilha e ir para Pacaraima foi motivada pela emoção, a de ter os filhos e a terra de nascença mais próximos, sem perder oportunidades de crescimento profissional.O Rustic nasceu como restaurante de um homem só durante a pandemia da COVID-19. Romeu atendia os pedidos, preparava os hamburgers e fazia o delivery de bicicleta. Aos poucos, o negócio foi se fortalecendo no mercado local, promovendo oportunidades de emprego. Em 2023, o chef recebeu um desafio: cozinhar para um evento com temática brasileira. “Era uma festa junina. Aprendi muito sobre e deu certo, assim pensei em juntar a cultura dos dois países”, diz.Motivado, Romeu se aventurou pelo Norte, buscando inspirações de sabores na Amazônia. A ligação com a região, que já existia, ficou ainda mais fortalecida. Em 1996, o chef conheceu o Festival de Parintins, a maior festa amazônica com apresentação dos Bois Bumbás. Desde então, o coração bate mais forte pelo Boi Garantido, visível pela presença do boi vermelho nas decorações do restaurante.“É importante para mim estar aqui. Posso misturar as duas culturas, com vários pratos com tempero brasileiro e venezuelano. Me sinto feliz, consagrado. Eu consegui!”, relata Romeu. “Com o fluxo migratório constante desses últimos anos, também tenho apoiado meus conterrâneos com dicas sobre como buscar emprego e conselhos. Todos meus funcionários são venezuelanos, pois quero ajuda-los”, complementa. Um dos funcionários de Romeu é o garçom profissional Jesus Alberto, que tem de experiência quase a idade que possui. Mesmo com quase 50 anos de profissão, diz que ainda segue aprendendo. “Todo dia tem algo novo para aprender, para que o cliente tenha uma boa experiência. Meu objetivo principal é sempre o bem-estar e satisfação do cliente”, disse Jesus.Além de servir as mesas, Jesus prepara coquetéis especiais, avaliando qual o pedido que será consumido, assim, os drinques são especiais para antes, durante e após as refeições.“O Rustic significa muito para mim. Em primeiro, a amizade com Romeu. Depois, o respeito e terceiro, a chance de aprender sempre. Como venezuelano, me sinto orgulhoso pelo meu país, por isso, digo a todos os que chegam no Brasil, que tenham motivação para superar os desafios. Minhas portas estão abertas para todos que queiram aprender comigo”, afirma o garçom. Consolidado em Pacaraima, o Rustic promove a integração e fomenta a economia local. Mas antes de tudo, representa a conquista de quem escolheu o Brasil para empreender e chamar de lar.“Migrar não é fácil, é deixar tudo para trás. Virar a página de um dia para o outro dói, mas eu só tenho a agradecer pelo Brasil ser um país acolhedor. O que eu sinto é gratidão”, finaliza Romeu.Para saber mais, siga @oimbrasil nas redes e visite a página da OIM Brasil: https://brazil.iom.int/pt-br
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História
03 junho 2025
“Meu filho está bem, saudável e é um exemplo de todo apoio que nós recebemos”
Com apenas um ano de idade, Mateo já viveu experiências que assustariam até os adultos mais experientes. O menino indígena warao já percorreu longas distâncias, migrando da Venezuela para o Brasil. E agora enfrenta mais um desafio: vencer a desnutrição grave. Ao desembarcar em Boa Vista - capital mais ao norte do Brasil e onde se concentram os abrigos humanitários da Operação Acolhida -, Maria Isabel, mãe de Mateo, não estava bem. Debilitada e sem conseguir amamentar, foi internada e separada do filho, que ficou sob os cuidados de Marianis, filha mais velha de Maria Isabel. “Quando minha mãe ficou doente, fiquei preocupada com o Mateo. Eu estava amamentando o meu bebê então o amamentei também*, para que não sentisse fome", contou emocionada.Com o passar do tempo, Mateo parou de se alimentar, emagreceu e não tinha mais forças para andar. Foi quando, durante uma busca ativa realizada pela equipe de saúde e nutrição, que Marianis conheceu Amarilis, monitora do projeto do UNICEF com a Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA). Levada até a sala de saúde e nutrição pela monitora, o olhar atento da nutricionista Luara para a família trouxe notícias difíceis, mas necessárias para agir. “No meu primeiro contato com Mateo, ele chorava muito. Estava fraco, e após o atendimento inicial tive a certeza de que ele estava em um estado crítico de desnutrição e precisava de auxílio médico. Foi quando o encaminhamos para o hospital”, afirmou.Quando recebeu alta do hospital, Mateo passou a ser acompanhado pela equipe multidisciplinar do Centro de Recuperação Nutricional Infantil (CERNUTRI), e pelo projeto de proteção integral do UNICEF com a Associação Voluntários para o Serviço Internacional (AVSI), que presta apoio e suporte à família durante a recuperação de Mateo. “Ao retornar ao abrigo, o atendimento que já vinha sendo realizado pelo UNICEF, ADRA e a Força Tarefa, foi reforçado com o apoio do CERNUTRI e da AVSI. Foi emocionante ver essa rede de cuidados se unindo pela recuperação de um menino tão pequeno e tão corajoso”, explicou a nutricionista.Durante todo o período em que Mateo esteve doente, sua mãe, Maria Isabel, estava internada e só recebeu alta após os momentos mais difíceis já terem passado. Foi apenas então que sua filha mais velha, Marianis, decidiu contar o que havia acontecido com o irmão, poupando a mãe de preocupações enquanto ela própria enfrentava um processo delicado de recuperação. “Quando minha mãe estava internada, eu evitei contar para ela que Mateo estava doente, para que ela não achasse que tinha culpa sobre o que aconteceu”, explicou Marianis.Com o acompanhamento multidisciplinar, Mateo começou a ganhar peso. “Eu sei que o tratamento está funcionando porque hoje Mateo brinca, come, anda e corre. Ele está bem. Quando toca música, ele dança”, conta a mãe. “Meu filho está bem, saudável e é um exemplo de todo apoio que nós recebemos”.Mateo ainda permanece na curva da desnutrição, mas o tratamento tem sido promissor. Letícia, a nova nutricionista que acompanha o caso, destaca que o momento mais difícil já passou, mas que é necessário continuar o acompanhamento.“Nossa responsabilidade é avaliar, orientar a família. Mateo ainda tem desnutrição, mas já é outra criança comparada com quando chegou. Vê-lo evoluindo enche meu coração de alegria, mas permaneço atenta, para que ele melhore cada dia mais”, disse. Nutrição e migraçãoO UNICEF trabalha com a promoção de saúde e nutrição para a população refugiada e migrante. Em 2025, com o apoio da ADRA em campo, 403 crianças foram identificadas com algum nível de desnutrição aguda, seja moderada ou grave nos abrigos de Boa Vista. Destes, 55,56% são indígenas. A estratégia conta com o apoio financeiro do Departamento de Proteção Civil e Ajuda Humanitária da União Europeia (ECHO, na sigla em inglês), e outros parceiros.*A amamentação cruzada não é recomendada, mas é um costume warao. Após a consulta com a equipe de saúde e nutrição, Marianis foi aconselhada a não prosseguir com a amamentação de Mateo.Para saber mais, siga @unicefbrasil nas redes e visite a página do UNICEF Brasil sobre desnutrição.
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05 agosto 2025
184 países retomam negociações sobre tratado global contra a poluição por plásticos
A segunda parte da quinta sessão do Comitê Intergovernamental de Negociação para desenvolver um instrumento internacional juridicamente vinculativo sobre poluição plástica, inclusive no ambiente marinho (INC-5.2), foi aberta nesta terça (5) em Genebra. A sessão tem por objetivo finalizar e aprovar o texto do acordo e encaminhá-lo para consideração e adoção em uma futura Conferência Diplomática de Plenipotenciários. A INC-5.2 acontece de 5 a 14 de agosto e segue a INC 5, que aconteceu em novembro/dezembro de 2024 em Busan, República da Coreia. Essa reunião foi precedida por quatro sessões anteriores: INC-1, que aconteceu em Punta del Este em novembro de 2022, INC-2, que foi realizada em Paris em junho de 2023, INC-3, que aconteceu em Nairóbi em novembro de 2023, e INC-4, que aconteceu em Ottawa em abril de 2024. "A poluição plástica já está na natureza, em nossos oceanos e até em nossos corpos. Se continuarmos nessa trajetória, o mundo inteiro se afogará na poluição plástica – com enormes consequências para nossa saúde planetária, econômica e humana", disse a diretora-executiva do PNUMA, Inger Andersen. "Mas este não precisa ser o nosso futuro. Juntos, podemos resolver esse desafio. Chegar a um acordo sobre o texto do tratado é o primeiro passo para vencer a poluição plástica para todos, em todos os lugares", acrescentou. Desde Busan, no período que antecedeu o INC-5.2, uma série de reuniões ministeriais informais, consultas regionais e reuniões de Chefes de Delegações ocorreram. "Estamos aqui hoje para cumprir um mandato internacional. Esta é uma oportunidade única e histórica para a comunidade internacional superar as diferenças e encontrar um terreno comum. Não é apenas um teste de nossa diplomacia - é um teste de nossa responsabilidade coletiva de proteger o meio ambiente, salvaguardar a saúde humana, permitir economias sustentáveis e ser solidário com os mais afetados por esta crise de poluição plástica", disse o presidente do INC, Luis Vayas Valdivieso. Antes da abertura, em 4 de agosto, a diretora-executivo do PNUMA, o presidente do INC e a secretário-executiva do INC conversaram com os Observadores, enquanto o Governo da Suíça organizou um Fórum Multissetorial. "Hoje, estamos em uma encruzilhada crítica. Os resíduos plásticos estão sufocando nossos lagos, prejudicando a vida selvagem e ameaçando a saúde humana. Isso é mais do que apenas uma questão ambiental – é um desafio global que exige ação urgente e coletiva. Nos próximos dias, temos a oportunidade de fazer uma diferença real - negociando um Tratado de Plásticos eficaz e identificando soluções e medidas abrangentes que abordem todo o ciclo de vida do plástico", disse a diretora do Escritório Federal Suíço para o Meio Ambiente, Katrin Schneeberger. No dia da abertura, mais de 3.700 participantes se inscreveram para participar da INC-5.2, representando 184 países e mais de 619 organizações observadoras. "O movimento que teve início em Nairóbi resistiu a complexidades, momentos de desafio e progresso duramente conquistado - e é essa resiliência compartilhada que fortalece nossa determinação e nos traz, determinados e voltados para o futuro, a este salão histórico hoje", disse a secretária-executiva do INC, Jyoti Mathur-Filipp. "Ser sediado no Palácio das Nações põe a INC-5.2 dentro de uma longa tradição de negociações multilaterais cruciais, avanços diplomáticos e estruturas jurídicas internacionais. É essencial que esta sessão agora faça parte desse legado." Para saber mais, siga @unep_pt nas redes e acompanhe a cobertura da ONU News em português: https://news.un.org/pt/story/2025/08/1850620 Notas aos editores Sobre o Comitê Intergovernamental de Negociação A resolução 5/14 da Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente solicitou à diretoria executiva do PNUMA que convocasse um comitê intergovernamental de negociação (INC), para iniciar seu trabalho durante o segundo semestre de 2022, com a ambição de concluir seu trabalho até o final de 2024. O INC tem a tarefa de desenvolver um instrumento internacional juridicamente vinculante sobre poluição plástica, inclusive no ambiente marinho, que pode incluir abordagens vinculantes e voluntárias, com base em uma abordagem abrangente que aborde todo o ciclo de vida do plástico. Mais informações estão disponíveis aqui. Para solicitações de imprensa, entre em contato com a equipe de comunicação do INC: unep-incplastic.media@un.org
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04 agosto 2025
AVISO DE PAUTA: Brasília sedia II Cúpula Parlamentar sobre Mudança Climática e Transição Justa da América Latina e o Caribe
A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), das Nações Unidas, convida o público brasileiro para a II Cúpula Parlamentar sobre Mudança Climática e Transição Justa da América Latina e o Caribe, que será realizada nos dias 6 e 7 de agosto de 2025, no Congresso Nacional, em Brasília - DF. A Cúpula busca fortalecer a cooperação interparlamentar e consolidar o papel estratégico dos legisladores na promoção de políticas climáticas eficazes e justas. A Cúpula é uma iniciativa conjunta do Observatório Parlamentar de Mudança Climática e Transição Justa (OPCC), da Câmara dos Deputados, do Senado Federal do Brasil, com o apoio da Plataforma CIPÓ.O evento acontece no marco dos preparativos para a COP30, que será realizada em Belém do Pará, em novembro. A Cúpula reunirá legisladores de cerca de 20 países da região e do Sul Global, com o objetivo de alinhar estratégias parlamentares e fomentar uma agenda legislativa comum frente à crise climática global.Parlamentares reunidos na Cúpula apresentarão uma Carta de Apoio à presidência da COP30 e iniciarão a construção de uma Declaração Conjunta regional. As sessões abertas ao público contarão com tradução simultânea em português, espanhol e inglês e serão transmitidas ao vivo pelo canal da TV Senado no YouTube. SERVIÇO: II Cúpula Parlamentar de Mudança Climática e Transição Justa da América Latina e o CaribeLocal: Congresso Nacional, Brasília - DFData: 6 e 7 de agosto de 2025 (quarta e quinta) Horário: 9h às 18hInscrições devem ser feitas através do formulário on-line: https://forms.gle/UysNXsTu76Y1wmW79A programação completa do evento está disponível na página da CEPAL: https://opcc.cepal.org/pt-br/noticia/ii-cupula-parlamentar-de-mudanca-climatica-e-transicao-justa-da-america-latina-e-o-caribe Sobre o OPCC:O Observatório Parlamentar de Mudança Climática e Transição Justa da América Latina e do Caribe (OPCC) é uma plataforma interparlamentar dedicada ao fortalecimento da ação legislativa sobre clima e transição justa na América Latina e no Caribe. Lançado na COP26 em 2021, o Observatório atua como: Rede de parlamentares da América Latina e do Caribe comprometidos com a agenda climática.Repositório legislativo digital, disponibilizando a maior base regional de dados sobre legislação ambiental e climática.Espaço de articulação e expressão da voz comum regional nas grandes discussões internacionais sobre clima. Atualmente, disponibiliza em seu Monitor Legislativo mais de 2.600 leis e projetos ambientais de 28 países. Para mais informações, visite a página da Cúpula Parlamentar: https://opcc.cepal.org/pt-br/noticia/ii-cupula-parlamentar-de-mudanca-climatica-e-transicao-justa-da-america-latina-e-o-caribe
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04 agosto 2025
Iniciativa global lança "Mutirão Global" para defender a integridade da informação sobre mudança climática
A Iniciativa Global para Integridade da Informação sobre Mudança do Clima lançou, na última sexta (12) um chamado à ação internacional para enfrentar a desinformação e promover a confiança pública na ciência climática e nas soluções para a crise climática.A proposta é liderada pela presidência brasileira da COP30, que será realizada em Belém, no Pará, em novembro de 2025.A chamada global convida governos, plataformas digitais, setor privado, mídia, sociedade civil e instituições de pesquisa a se comprometerem com princípios para proteger e promover a integridade da informação climática, reconhecendo que a desinformação e a manipulação de narrativas representam barreiras reais à ação climática efetiva e justa.Organizações interessadas podem acessar o formulário de inscrição até 31 de agosto de 2025“Por meio desta iniciativa, apoiaremos os jornalistas e pesquisadores que investigam questões sobre o clima, muitas vezes sob grande risco pessoal, e combateremos a desinformação relacionada ao clima que se espalha desenfreadamente nas redes sociais” - Audrey Azoulay, diretora-geral da UNESCO, 14 de novembro de 2024Coordenada por um grupo internacional de especialistas e representantes da sociedade civil, o "Mutirão Global" tem apoio técnico e institucional do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC), da UNESCO, entre outras entidades multilaterais.Durante o lançamento do chamado, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, destacou o compromisso do Brasil com a integridade da informação como um pilar da COP30. “Precisamos garantir que todas as pessoas tenham acesso a informações corretas, baseadas na ciência e nos direitos humanos. A integridade da informação é um instrumento essencial para uma transição climática justa e democrática.”O chamado à ação está aberto para adesões voluntárias de instituições públicas, privadas e da sociedade civil até a realização da COP30. Organizações interessadas podem acessar o formulário de inscrição até 31 de agosto de 2025Lançada pelo governo brasileiro, UNESCO e Departamento de Comunicação Global da ONU durante a Cúpula de Líderes do G20, no Rio de Janeiro, a Iniciativa Global para a Integridade da Informação sobre Mudança do Clima atua com base em quatro pilares: Fortalecimento da governança e da regulação.Promoção da alfabetização midiática e científica.Valorização da ciência e do jornalismo.Transparência e responsabilidade das plataformas digitais. A primeira chamada para projetos da Iniciativa Global foi realizada em junho de 2024, para apoiar propostas lideradas por organizações da sociedade civil de todo o mundo. Para saber mais, siga @unescobrasil nas redes e visite a página da Iniciativa Global: https://www.unesco.org/en/information-integrity-climate-change
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04 agosto 2025
Visibilidade global: Registre sua iniciativa climática no portal das Nações Unidas
A Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) está convocando governos, empresas, organizações da sociedade civil e demais atores não estatais a registrarem suas iniciativas climáticas no Portal Global sobre Ação Climática, plataforma oficial das Nações Unidas para rastreamento e reconhecimento de ações voluntárias voltadas à proteção do clima.Disponível em climateaction.unfccc.int, o portal reúne compromissos e projetos implementados por diversos setores em todo o mundo, promovendo maior visibilidade, transparência e engajamento em torno da ação climática. O objetivo é fortalecer a resposta coletiva à crise climática, promover o intercâmbio de boas práticas e estimular a cooperação multissetorial com foco na redução de emissões, adaptação aos impactos climáticos e financiamento de soluções sustentáveis.Para participar, é necessário submeter informações detalhadas sobre sua iniciativa climática através do formulário na página da ONU Mudança Climática (UNFFCC). A submissão requer informações como objetivos da iniciativa, tipo de impacto climático, público-alvo e formas de mensuração de resultados. Após avaliação técnica, as ações aprovadas são publicadas no portal e passam a integrar o mapeamento global da ONU Mudança Climática. Protagonismo brasileiroO Brasil já se destaca entre os países com maior número de iniciativas catalogadas. Até o momento, 778 ações brasileiras foram registradas na plataforma, refletindo a diversidade e o comprometimento dos atores locais com a agenda climática. Entre essas iniciativas, 440 são lideradas por empresas, e 212 são promovidas por cidades, além de contribuições relevantes de ONGs, universidades, instituições públicas e movimentos comunitários.Essas ações englobam desde projetos de energia limpa, mobilidade sustentável, reflorestamento e gestão hídrica, até programas de educação ambiental, justiça climática e inclusão social – temas centrais para a implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), especialmente o ODS 13 – Ação Contra a Mudança Global do Clima.Reconhecimento e impactoA UNFCCC reforça que registrar ações no Global Climate Action Portal é uma oportunidade para ampliar o alcance de iniciativas locais, conquistar reconhecimento internacional e fomentar parcerias estratégicas. A plataforma também é uma fonte de dados e evidências utilizada nos relatórios climáticos da ONU e nas rodadas de avaliação de progresso do Acordo de Paris.Organizações interessadas podem acessar o passo a passo completo no site oficial da UNFCCC: https://unfccc.int/climate-action/tracking-and-recognition/global-climate-action-portal#Register_your_action Para saber mais, siga @onucambioclimatico e @unclimatechange nas redes e visite a página especial da ONU Brasil sobre #EducaçãoClimática.
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01 agosto 2025
Chamado à Ação de Brasília: UNFPA e Governo do Brasil conclamam governos a agir sobre clima e gênero
O Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e o Governo do Brasil emitiram hoje um poderoso Chamado à Ação de Brasília, conclamando os governos a colocarem a igualdade de gênero e a saúde e os direitos sexuais e reprodutivos (SDSR) no centro da resposta global à crise climática. O documento foi lançado no encerramento do Simpósio Global 2025 sobre Justiça Climática e Populações Impactadas, realizado em Brasília.Organizado há poucos meses da COP30, em Belém do Pará, o simpósio de alto nível foi convocado pelo UNFPA e pelo Governo do Brasil para mobilizar ações climáticas ousadas, baseadas em direitos e com enfoque de gênero, em um momento decisivo, quando os países revisam seus planos climáticos nacionais e realinham prioridades de financiamento.O Chamado à Ação de Brasília estabelece um roteiro compartilhado para colocar a igualdade de gênero, a saúde e os direitos sexuais e reprodutivos e a proteção contra a violência baseada em gênero (VBG) no centro da resposta climática global. Ele apresenta medidas concretas que governos e instituições devem adotar à medida que se preparam para os marcos da COP30 – incluindo o Plano de Ação em Saúde de Belém, uma iniciativa emblemática da COP30 voltada ao fortalecimento dos sistemas de saúde como parte da ação climática global.O Chamado à Ação de Brasília demanda:Mais financiamento climático direcionado a mulheres e meninas, especialmente em contextos de crise.Maior apoio a parceiros nacionais e locais para incluir a saúde e os direitos sexuais e reprodutivos e a proteção contra a violência baseada em gênero nas políticas climáticas.Mais investimento em dados e evidências para orientar ações climáticas com enfoque de gênero.Maior preparação para emergências e sistemas de saúde capazes de resistir a choques climáticos.Que a saúde e os direitos sexuais e reprodutivos e a proteção contra a violência baseada em gênero sejam finalmente incluídas no Plano de Ação de Gênero da COP30 sobre mudança do clima.Mulheres e meninas já estão pagando um preço alto por uma crise climática que não causaram. Elas enfrentam taxas crescentes de violência baseada em gênero, piores resultados em saúde materna e barreiras cada vez maiores para acessar serviços essenciais, como contracepção e parto seguro. No entanto, a maioria das políticas climáticas nacionais ignora suas necessidades. Sistemas-chave, como saúde, educação e proteção, permanecem subfinanciados e sobrecarregados. Apenas uma fração do financiamento climático global é destinada à igualdade de gênero, e dados confiáveis sobre como mulheres e meninas são afetadas continuam escassos ou inexistentes.“Estamos em um momento decisivo na nossa luta contra a mudança do clima, um momento que deve nos unir. Vamos aproveitar essa oportunidade para traçar um caminho que assegure justiça climática e fortaleça a resiliência de mulheres e jovens diante da mudança climática”, afirmou a diretora executiva interina do UNFPA, Diene Keita, em seu discurso de abertura. Presença de autoridades marca compromisso político com ação climática baseada em direitos e igualdade de gêneroA representante do UNFPA no Brasil, Florbela Fernandes, destacou a relevância do encontro:“É com profundo agradecimento e renovado senso de propósito que caminhamos para o encerramento deste Simpósio Global 2025 sobre Justiça Climática e Populações Impactadas. Foram quatro dias de intensas trocas, com cerca de 110 países engajados na identificação de lacunas, oportunidades e soluções concretas, baseadas em direitos e em evidências, reafirmando que a crise climática é uma crise de direitos com impactos desproporcionais sobre mulheres e meninas, principalmente aquelas mais vulneráveis.”O evento contou com a presença de autoridades brasileiras de alto nível, como a primeira-dama do Brasil e enviada especial para Mulheres na COP30, Janja Lula da Silva, e as ministras Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima), Márcia Lopes (Mulheres) e Anielle Franco (Igualdade Racial). Também participaram o presidente da CNPD, Richarlls Martins, representantes da juventude, de povos indígenas e autoridades do Itamaraty.A ministra Marina Silva reforçou a necessidade de políticas públicas com foco na equidade:“A crise climática não afeta igualmente todas as pessoas. Todos nós somos afetados pela emergência climática. Nós somos vulnerabilizados por circunstâncias de injustiça econômica, social, cultural e injustiça ambiental. É por isso que é preciso que se tenha políticas públicas que sejam customizadas para cada realidade.”O evento híbrido de três dias reuniu mais de 150 formuladoras/es de políticas, pesquisadoras/es, lideranças jovens e defensoras/es de direitos de diversas partes do mundo. Ele deu continuidade ao primeiro encontro global do UNFPA sobre clima e SDSR, o Simpósio Internacional sobre SDSR, Gênero e Resiliência Climática, realizado em Pretória antes da ICPD25 em 2019. Na ocasião, foi lançado o Chamado à Ação Futuro da África – uma agenda de advocacy conjunta que instou governos a integrarem SDSR e igualdade de gênero nos esforços de resiliência climática.O simpósio em Brasília avançou essa agenda, entregando o Chamado à Ação de Brasília como próximo passo para incluir gênero, saúde e equidade nas decisões sobre o clima, especialmente enquanto os países preparam seus compromissos para a COP30.“Muitos aspectos das mudanças climáticas e seus impactos nas populações foram examinados e aprofundados nas discussões deste simpósio, reforçando o entendimento de que é impossível avançar em resiliência e desenvolvimento sustentável sem integrar a igualdade de gênero nas políticas ambientais e climáticas,” afirmou Janja Lula da Silva. “Não pode haver justiça climática sem igualdade de gênero. E não há justiça climática sem a plena participação das mulheres.”Como agência líder das Nações Unidas em saúde sexual e reprodutiva, o UNFPA traz uma perspectiva baseada em direitos para a ação climática, fundamentada na igualdade de gênero e nas realidades vividas por mulheres e meninas em toda sua diversidade. Com vasta experiência em resposta humanitária, sistemas de dados e serviços de saúde na linha de frente, o UNFPA trabalha com os países para garantir que cuidados de saúde sexual e reprodutiva, bem como ações contra a violência baseada em gênero, permaneçam disponíveis durante crises climáticas. Do apoio a mulheres deslocadas ao fortalecimento de sistemas de saúde resilientes ao clima, o UNFPA contribui para respostas eficazes aos riscos atuais e prepara os países para um futuro mais incerto.Outras declarações durante o Simpósio:Ministra Márcia Lopes (Ministério das Mulheres):“As mulheres estão entre as mais impactadas pelas mudanças climáticas, especialmente as mulheres negras, indígenas e das comunidades tradicionais. Mas também são elas que estão na linha de frente da preservação da biodiversidade, da segurança alimentar e da defesa dos territórios. Por isso, não existe justiça climática sem justiça de gênero. O Ministério das Mulheres tem esse compromisso: garantir que as mulheres estejam no centro das discussões, das decisões e das soluções para a crise climática.”Ministra Anielle Franco (Ministério da Igualdade Racial):“Estamos tendo, aqui, mais uma oportunidade de procurar soluções para mitigar o racismo ambiental. O engajamento coletivo e qualificado que tivemos ao longo desses dias nos dá insumos para demonstrar a importância de as populações tradicionais estarem sentadas às mesas onde se tomam as decisões globais. Ninguém pode ficar para trás.”Dr. Richarlls Martins (Presidente da CNPD):"O Simpósio Global sobre Justiça Climática e Populações Impactadas reflete o compromisso brasileiro com o enfrentamento às múltiplas desigualdades socioambientais que afetam de modo desproporcional o direito à vida digna dos diferentes grupos populacionais. Para a Comissão Nacional de População e Desenvolvimento da Presidência da República do Brasil (CNPD), esta atividade internacional que sediamos amplia a centralidade da participação social, com especial relevo dos segmentos sociais mais vulnerabilizados, na promoção da justiça climática. A mensagem central deste fórum afirma para a indissociabilidade das dimensões de gênero, saúde sexual e saúde reprodutiva da agenda das mudanças climáticas."Marcele Oliveira (Jovem Campeã do Clima da COP30):"Ao redor do mundo muitas juventudes estão organizadas pedindo que seus lugares sejam respeitados e conhecidos também pela sua natureza e a sua biodiversidade. As juventudes estão em seus territórios liderando uma mudança de pensamento porque a gente está numa crise que é também uma crise de comunicação, uma crise de criatividade, onde ficou mais fácil pensar que o mundo está acabando do que como vamos reinventá-lo."Sineia do Vale (Enviada Especial para Povos Indígenas na COP30):"Na floresta nós não temos um botão de ar-condicionado para apertar. Morre peixe, aquece água, morre pessoa, morrem as plantas medicinais e nós não podemos morrer junto. Nós precisamos fazer um trabalho em conjunto rumo à COP30 para que nós possamos ter um resultado positivo."Embaixadora Vanessa Dolce de Faria (Itamaraty):"Não é possível mais falar de saúde sem o enfrentamento da crise climática. A gente não pode falar de saúde sem pensar nos impactos que a crise climática traz para os sistemas de saúde, sobre a segurança alimentar, a qualidade da água, a qualidade do ar. Da mesma forma, não tem como a gente falar sobre as desigualdades de gênero sem conectar à questão climática."Para mais informações, siga @unfpabrasil nas redes e visite a página do Simpósio Global: https://brazil.unfpa.org/pt-br/2025-simposio-global-sobre-justica-climatica-e-populacoes-impactadas Contato para a imprensa: imprensa.brasil@unfpa.org e mtavares@unfpa.org
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