Projetada com intenção e estratégia, a residência de Ema Klabin foi também um espaço de projeção pública. A disposição dos ambientes, organizada em torno de uma longa galeria central, conduzia os convidados pelas obras da coleção até o salão principal — um percurso cuidadosamente pensado para apresentar a casa e seu acervo à elite paulistana.
Depois de anos vivendo na Europa e dedicando-se ao cuidado do pai, Ema conquistou seu lugar na sociedade paulistana por meio da filantropia, da música e das artes. Participou de conselhos, apoiou instituições e se tornou anfitriã de encontros discretos, mas frequentes, com políticos, diplomatas, empresários e artistas.
Apesar da visibilidade, preferia manter os eventos longe dos holofotes e não permitia fotógrafos, embora tenha contratado um serviço de clipping para acompanhar sua presença na imprensa. A casa era, assim, espaço de sociabilidade seletiva: entre almoços, jantares e concertos, reunia-se ali um círculo privilegiado e influente.